sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Chuvas já provocaram mais de 700 pontos de alagamentos em SP este ano

As chuvas que atingiram São Paulo em janeiro e nos quatro primeiros dias de fevereiro já provocaram 702 pontos de alagamentos na cidade, de acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), órgão ligado à prefeitura e que monitora as chuvas na cidade. Em 2009, no mesmo período, foram registradas 267 ocorrências de alagamentos, um número quase três vezes menor em relação a este ano.

A quantidade crescente de pontos alagados está relacionado ao maior volume de chuvas registrados nos primeiros meses deste ano em comparação à 2009. Em janeiro deste ano, choveu 461,3 mm e, em 2009, o volume de chuvas foi de 246 mm. O mesmo aconteceu em fevereiro. Só nos quatro primeiros dias, choveu cerca de 37% do esperado para todo o mês, o equivalente a 80,1 mm. Em 2009, a quantidade de chuvas registrada foi de 22 mm no mesmo período.

Na tarde da quinta-feira (4), o temporal que atingiu São Paulo mais uma vez provocou 31 pontos de alagamentos. Por causa do transbordamento dos rios Ipiranga e Aricanduva, nas zonas sul e leste, os bairros Ipiranga, Aricanduva e Itaquera ficaram em estado de alerta. Toda a cidade permaneceu em atenção para riscos de desabamento e alagamentos por cerca de duas horas. A chuva também prejudicou o funcionamento do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, que ficou fechado por uma hora.

Até mesmo o Zoológico de São Paulo decretou estado crítico devido à forte chuva que atingiu a cidade nesta tarde. Alguns tanques do parque tiveram que ser esvaziados para que não vazassem, evitando que animais aquáticos de espécies diferentes se misturem.

Na última quarta-feira (3), duas pessoas morreram por causa da chuva. Com isso, sobe para ao menos 72 o número de vítimas em decorrências dos temporais no Estado desde o início do verão.


Fonte: R7

Alucinações em 15 minutos

Passar por privação sensorial, visual e auditiva por um quarto de hora é suficiente para provocar alucinações em pessoas saudáveis. É o que indica um estudo realizado por pesquisadores do University College de Londres. Os neurocientistas já sabem que, se mantida por várias horas ou dias, esse tipo de privação desencadeia fenômenos alucinatórios, mas é a primeira vez que o efeito é analisado em curtíssimo prazo.

Outro objetivo dos pesquisadores era verificar se há pessoas mais ou menos predispostas a distúrbios perceptivos alucinatórios. Para isso,recrutaram voluntários saudáveis, mas dividiram-nos em dois grupos: os que relatavam já ter experimentado alucinações espontâneas ao longo da vida, e os que afirmavam desconhecer essa sensação. Depois de 15 minutos numa sala onde não entrava luz nem som, os participantes saíram e responderam a questionários sobre distorções perceptivas.

Todos relataram algum tipo de alucinação, pensamentos paranoicos e humor deprimido, mas a ocorrência foi significativamente maior no primeiro grupo,os chamados “alucinadores”. Segundo os autores do artigo publicado no Journal of Nervous Mental Diseases, esses resultados fornecem pistas importantes para futuras pesquisas sobre predisposição a psicoses e o papel dos sentidos na saúde mental.


Fonte: Mente e Cérebro

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Brasil vai construir casas populares no Haiti

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar em breve uma série de ações para a reconstrução do Haiti. O governo anunciou nesta quarta-feira (3) que as medidas farão parte de um pacote que englobará geração de renda, construção de casas populares, entre outras. O anúncio foi feito durante o balanço de 20 dias de atuação do gabinete de crise, formado para coordenar a ajuda aos haitianos.

O chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Félix, disse que as necessidades do Haiti, devastado por um terremoto de 7 graus na escala Richter no último dia 12 de janeiro, estão mudando. Segundo ele, isso vai alterar também a ajuda que o Brasil tem enviado ao país.

- O momento mais crucial já passou (...). Estamos mudando para outra fase, que é o retorno à normalidade e de reconstrução.

O embaixador Antonio Simões, subsecretário geral do Ministério das Relações Exteriores de América do Sul, Central e Caribe, afirmou que o pacote que está sendo preparado pelo governo incluirá ações em diferentes áreas.

- Haverá desde projetos para estruturar a coleta de lixo e aproveitar esse lixo, até um pacote de agricultura para utilizar a mão-de-obra do êxodo rural. Uma terceira área é a de casas populares. Uma equipe da Caixa [Econômica Federal] vai ate lá para ver quais as opções de casas que podem ser construídas.

O pacote inclui projetos que serão financiados pelo Brasil e ações que poderão receber financiamento de outros países e da ONU (Organização das Nações Unidas). Segundo o embaixador Simões, não há previsão sobre quanto custará o programa brasileiro.

Durante os 20 dias de funcionamento do Gabinete de Crise, a FAB (Força Aérea Brasileira) realizou 60 voos ao país, levando mais de mil pessoas, 56 toneladas de água e 225 toneladas de medicamentos. No dia 17 de fevereiro chega também ao Haiti o navio Almirante Saboia, da Marinha. O Brasil também enviará ao país outro navio, que deve ser zarpar na segunda quinzena de fevereiro.

Nos próximos dias, o Brasil também mandará para Porto Príncipe, capital do Haiti, o reforço de 900 militares brasileiros. Serão 750 fuzileiros e 150 homens da Polícia do Exército, que reforçarão a tropa brasileira no país. Os 900 homens fazem parte de um contingente total 1.300 que foram autorizados pelo Congresso Brasileiro.

O terremoto do último dia 12 foi o mais violento em 200 anos a atingir a região. Ele destruiu milhares de casas e edifícios importantes, como o palácio presidencial. O governo haitiano informou ontem que já contabiliza mais de 200 mil mortos na tragédia. E informou que esse número não inclui os corpos que ficaram sob os escombros nem as vítimas enterradas por suas próprias famílias.


Fonte: R7

Temporal em SP deixa dois mortos e dois desaparecidos

O Corpo de Bombeiros confirmou na madrugada desta quinta-feira (4) que duas pessoas estão desaparecidas na Zona Leste de São Paulo, após as fortes chuvas desta quarta-feira (3) na capital paulista: uma idosa, de 72 anos, e um menino, de 11 anos.


Assista:



Fonte: G1

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

ABP propõe ajuda à cidade atingida por enchentes

A Associação Brasileira de Psiquiatria realizou no dia 27 de janeiro, uma reunião com representantes da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo para apresentar um projeto de ajuda aos moradores do município de São Luiz do Paraitinga, que foi devastado pelas fortes chuvas e enchentes que atingiram a cidade nos primeiros dias de 2010.

O encontro foi realizado na sede do Departamento Regional de Saúde (DRS XVII), em Taubaté, órgão responsável pela administração pública de saúde de 39 municípios paulistas que compõe a região do Vale do Paraíba, entre eles, São Luiz.

Representando a ABP, o coordenador da Comissão Técnica de Intervenção em Catástrofes e Desastres, José Toufic Thomé, esteve na reunião e apresentou os trabalhos realizados com populações atingidas por desastres em outras regiões. “Nosso objetivo é trazer ajuda às pessoas atingidas pelas enchentes e aos cuidadores, através de protocolos internacionais de prevenção a transtornos e doenças mentais”, explicou Thomé.

O psiquiatra lembrou que a população da região está passando por uma situação de ruptura, atípica, com perdas pessoais e materiais inestimáveis. “Devemos ter a noção de que estamos lidando com pessoas sãs, mas que estão vivenciando uma situação anormal, de catástrofe. As chances de essa população adoecer são grandes”, alertou Thomé.

Durante a explicação do projeto, o especialista relatou a experiência de sucesso da ABP, adquirida ao longo dos trabalhos desenvolvidos em Santa Catarina, no ano passado, devido às chuvas e enchentes que atingiram diversos municípios do estado.

Após ouvir as explicações e fazer perguntas sobre o assunto, a diretora técnica do Departamento Regional de Saúde, Sandra Maria Tituhashi, se mostrou bastante interessada com o projeto da ABP. “Essas pessoas precisam de ajuda e eu acho que este projeto é de extrema importância. Nossa equipe avaliou que essa proposta é necessária”.

A diretora informou que apresentará o projeto ao Secretário de Saúde do Estado, Luiz Roberto Barradas, e à prefeitura de São Luiz. “Vamos levar essa iniciativa adiante, pois todas as autoridades responsáveis precisam conhecer essa proposta", afirmou Sandra.

Também participaram da reunião a diretora técnica II da Regional de Saúde, Maristela Luzia, a articuladora de Saúde Mental da Regional, Tatiana Amaral, o psiquiatra e auditor, Leandro Gavinier, e a vice-presidente da Associação Valeparaibana de Psiquiatria, Sabrina Cabral.

Desastre

Localizada a 170 km da capital paulista e com pouco mais de 10 mil habitantes, a cidade histórica de São Luiz do Paraitinga sofreu a pior enchente de todos os tempos, e teve grande parte de seu patrimônio destruído. Devidos às chuvas no início deste ano, diversas construções centenárias, como a Igreja Matriz construída no século 19, ficaram totalmente destruídas.

Estudo britânico vincula excesso de Internet à depressão

Quem passa muito tempo na In-ternet tem mais propensão a apresentar sintomas de de-pressão, disseram cientistas britânicos nesta quarta-feira, 3. Não está claro, no entanto, se a Internet causa depressão ou se a rede atrai os deprimidos.

Psicólogos da Universidade de Leeds disseram ter notado uma "impressionante" evidência de que alguns internautas desenvolvem uma compulsão na qual substituem a interação da vida real por salas de bate-papo e sites de relacionamento social.

"Este estudo reforça a especulação pública de que o excesso de engajamento em sites que servem para substituir a função social normal poderia levar a transtornos psicológicos correlatos, como depressão e dependência", disse a principal autora do estudo, Catriona Morrison, em artigo na revista Psychopathology. "Este tipo de 'surfe aditivo' pode ter um sério impacto sobre a saúde mental."

No primeiro grande estudo com jovens ocidentais sobre essa questão, os pesquisadores analisaram o uso da Internet e os níveis de depressão entre 1.319 britânicos de 16 a 51 anos de idade. Concluíram que 1,2% deles eram viciados em internet.

De acordo com Morrison, esses dependentes passavam proporcionalmente mais tempo em sites com conteúdo sexual, de games ou de comunidades online. Tinham também uma incidência maior de depressão moderada ou severa do que a média dos usuários normais.

"O uso excessivo da Internet está associado à depressão, mas o que não sabemos é o que vem primeiro - as pessoas deprimidas são atraídas para a Internet, ou a Internet causa depressão?", escreveu Morrison.

"O que está claro é que para um pequeno subconjunto de pessoas o uso excessivo da Internet poderia ser um sinal de alerta para tendências depressivas."

Morrison notou que, embora o porcentual de 1,2% de dependentes da Internet seja "pequeno", representa o dobro da incidência dos viciados em jogo na Grã-Bretanha, que é de cerca de 0,6%.

Fonte: Estadão Online

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Cinco morrem por causa das chuvas no interior do Paraná

Pelas ruas, o esforço e a solidariedade entre os moradores. Só agora que o nível do rio baixou é que foi possível ver os estragos. A correnteza ainda impressiona. Mais de 150 famílias estão desabrigadas. Quem não tem para onde ir foi para o salão da igreja.


Assista:



Fonte: Bom Dia Brasil

Estado de SP bate recorde de roubos em 2009

O ano de 2009 registrou piora generalizada nos índices de crimes no Estado de São Paulo. Os roubos alcançaram o mais alto valor da série histórica, com 257.004 ocorrências, 18% acima do registrado no ano anterior. O recorde de roubos havia sido alcançado em 2003, quando foram registrados 248.406 casos. Os dados foram publicados na edição desta terça-feira (2) do Diário Oficial do Estado, no item dedicado aos despachos do Gabinete do Secretário da Segurança Pública.

Também cresceu o total de casos de latrocínios, sequestros, roubo e furto de veículos. Para piorar, a violência policial também aumentou. No ano passado, foram registrados 549 casos de resistências seguidas de morte - quando a vítima morre em supostos confrontos com a polícia. O total é 27% maior do que os 431 casos contabilizados no ano anterior.

Até mesmo os homicídios, que vinham registrando uma sequência histórica de queda, tiveram ligeiro aumento no ano passado - 3% no Estado. As quedas nos assassinatos, contudo, continuaram a acontecer na capital e na região metropolitana de São Paulo. Na capital, foram registrados 1.235 assassinatos, número 2% menor em relação a 2008. A queda na Grande São Paulo foi ainda maior: 11,2%, com total de 1.202 assassinatos. O que significa que o crescimento dos homicídios em São Paulo se concentra principalmente no interior do Estado.

São raras as boas notícias no balanço da Segurança Pública no ano passado. Uma delas foi o crescimento na apreensão de entorpecentes, que subiu 11% em relação a 2008. Foram apreendidas, em 2009, pelas Polícias Civil e Militar 27.886 quilos de drogas, quase três vezes mais do que era apreendido em 2000. O crescimento na apreensão é resultado de trabalho mais eficiente da polícia. Também coincide com a troca de comando do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), chefiado no último ano pelo delegado Eduardo Hallage.

Crise econômica

Apesar da piora generalizada nos índices criminais, o segundo semestre de 2009 teve leve melhora em relação aos primeiros seis meses. No governo, a avaliação é de que a crise econômica foi um dos principais causadores das pioras dos números em Segurança Pública.

Os 58 mil casos de roubos registrados nos últimos três meses do ano passado foi o menor valor trimestral de 2009, mostrando tendência de queda no decorrer do ano. O mesmo ocorreu nos casos de latrocínios. No último trimestre de 2009, foram registrados 52 ocorrências, o menor valor trimestral do ano.

A expectativa do governo é de que o crescimento econômico ajude na reversão dos índices de violência, tendência que já vem sendo demonstrada pelos últimos resultados.


Fonte: R7

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Chuva atinge 153 cidades e deixa 34 em situação de emergência em SP

As fortes chuvas que atingem o estado de São Paulo desde dezembro já causaram estragos em 153 cidades e deixaram 34 delas em situação de emergência, segundo balanço da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil desta segunda-feira (1º). Além disso, 69 pessoas morreram em decorrência dos temporais desde 1º de dezembro, quando foi iniciada a Operação Verão.

Outros dois municípios continuam em situação de calamidade pública: Cunha, a 231 km de São Paulo, e São Luiz do Paraitinga, a 182 km. Entre sexta-feira (29) e esta segunda, a Defesa Civil aumentou em 10 o número de cidades atingidas e em três o de cidades em situação de emergência.

As cidades em situação de emergência são: Álvares Machado, Atibaia, Bofete, Bom Jesus dos Perdões, Caieiras, Caiuá, Carapicuíba, Capivari, Chavantes, Cotia, Ferraz de Vanconcelos, Francisco Morato, Franco da Rocha, Getulina, Guararema, Inúbia Paulista, Itapevi, Lucélia, Lourdes, Manduri, Mineiros do Tietê, Mirassol, Osasco, Oscar Bressane, Pardinho, Pracinha,
Presidente Venceslau, Ribeirão Pires, São José do Rio Preto, São Lourenço da Serra, Santa Bárbara D'Oeste, Santo André, Santo Antônio do Pinhal e Sumaré.

Além das 69 mortes, as chuvas também deixaram 51 feridos e dois desaparecidos. Equipes do Corpo de Bombeiros retomaram nesta segunda as buscas pelas vítimas, que foram arrastadas pela enxurrada em Alumínio e São Roque na semana passada.

Até esta segunda, 20.227 pessoas ficaram desalojadas por causa dos temporais. Outras 5.454 pessoas permanecem desabrigadas – elas tiveram suas casas destruídas.


Fonte: G1

Depois da tragédia, o estresse

Alguns acontecimentos em nossa vida podem mexer com o lado emocional de forma tão devastadora que mudam completamente nossos destinos, crenças, valores e visão de mundo. Essas mudanças podem ser tanto positivas quanto negativas.

Segundo a médica e psicanalista, Soraya Hissa de Carvalho, a desordem psiquiátrica é uma reação comum a muitas pessoas que passam por episódios negativos. Violência no trânsito, violência urbana, fenômenos naturais como terremotos e enchentes são alguns desses acontecimentos que abalam o modo como muitas pessoas, que viveram esses episódios, passam a encarar a vida.

Soraya explica que muitos indivíduos que passam por situações traumáticas experimentam reações de estresse "normais" logo após o desastre. Inclusive choque, medo, tristeza, raiva, sentimentos de abandono e falta de esperança, confusão, dificuldade de concentração e insônia.

Como exemplo, a psicanalista aponta o terremoto que destruiu grande parte do Haiti, no dia 12 de janeiro. Ela afirma que muitas pessoas apresentarão esses sintomas e que logo passarão. Já outros, permanecerão com algumas seqüelas emocionais. "A maioria dos haitianos vai melhorar com o tempo, por causa da resistência inata do ser humano. No entanto, uma minoria importante não apresentará progresso", explica Soraya. “Normalmente, essa parcela desenvolve grave depressão e/ou transtorno de estresse pós-traumático”, completa.

A doença

O transtorno pós-traumático pode ser entendido como a perturbação psíquica decorrente e relacionado a um evento fortemente ameaçador ao próprio paciente ou sendo este apenas testemunha da tragédia. Atualmente, é o quinto transtorno mental mais comum.

A doença consiste num tipo de recordação que, em alguns casos, é definido como revivescência, pois é muito mais forte que uma simples recordação. “Na revivescência, além de recordar as imagens, o paciente sente como se estivesse vivendo novamente a tragédia com todo o sofrimento que ela causou originalmente”, diz a psicanalista.

Os eventos que podem desencadear o transtorno do estresse pós-traumático podem ocorrer em qualquer momento da vida de uma pessoa. Acredita-se que pelo menos 60% dos homens e 50% das mulheres experimentam pelo menos um evento desta natureza durante a vida. Como parte do transtorno aparece sentimentos de vulnerabilidade e insegurança. Não raramente, segundo a médica, os pacientes relatam que sentem destruídos seus sistemas de crenças e de valores, e o mundo passa a ser inseguro e ameaçante, desconfiando de tudo e de todos.

“No caso do povo haitiano, que já é muito sofrido, esses sentimentos de abandono e descrença podem aparecer com mais força. A insegurança também é maior, pois eles devem estar se perguntando o que mais de ruim falta para acontecer com eles”, reflete Soraya.

Sintomas do Transtorno pós-estresse

1. Tensão no corpo
2. Mal estar em situações que lembram o trauma
3. Sentimentos depressivos
4. Freqüentes mudanças de humor
5. Dificuldades para conciliar ou manter o sono
6. Sobressaltos com ruídos ou movimentos imprevistos
7. Irritação com facilidade
8. Tendência ao isolamento dos demais
9. Sonhos desagradáveis ou pesadelos sobre o acidente
10. Sentimentos de culpa, auto-acusação

Tratamento

Depois da experiência traumática pode ocorrer uma transformação duradoura da personalidade dos pacientes com transtorno por estresse pós-traumático. Esta alteração não só produz mal estar no paciente, mas repercute também na área familiar, social, ou ocupacional.

Essa modificação costuma estar presente por, pelo menos, três anos. E o melhor tratamento é o acompanhamento de um especialista e o apoio de familiares e amigos. “No caso do Haiti, o apoio mundial será reconfortante para eles, mas o acompanhamento psicológico é essencial nestes casos”, finaliza a médica.


Fonte: Universo da Mulher

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Estudo associa hormônio do estresse ao alcoolismo

O fator liberador de corticotropina – um dos principais hormônios associados ao estresse – pode ser a chave para a dependência do álcool, segundo estudo do Instituto de Pesquisas Scripps, nos Estados Unidos. De acordo com os pesquisadores, as descobertas em seis anos de pesquisas de laboratório e em modelos animais podem ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos farmacológicos para o abuso de drogas.

Publicados na revista médica Biological Psychiatry, os resultados mostraram que o hormônio – localizado no hipotálamo, na glândula pituitária e nas amídalas, esta última associada à ansiedade e ao consumo excessivo de álcool – pode estar associado ao desenvolvimento e a manutenção da dependência do álcool em modelos animais. Os pesquisadores também descobriram que o bloqueio químico do fator liberador de corticotropina em ratos poderia, em longo prazo, aliviar os sinais e sintomas de dependência química, além de provocar a redução do consumo de álcool.

Os especialistas destacam que o estudo representa um importante passo no entendimento de como o cérebro muda quando se move de um estado normal para o de dependência de álcool. Segundo a pesquisadora Marisa Roberto, líder da pesquisa, o estudo explora o “lado negro” do vício do álcool – “pessoas sendo compelidas a beber não por ser prazeroso, mas porque a bebida alivia a ansiedade gerada pela abstinência e pelos efeitos estressantes da privação”.

Fonte: GazetaWeb

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Descoberta de novos sobreviventes aumenta tensão no Haiti

As notícias de novas desco-bertas de sobreviventes pas-sados 15 dias do terremoto que devastou o país estão deixando os haitianos ainda mais nervosos, em meio a já difícil situação da carência diária de alimentos, remédios e outras necessidades básicas.

A menina Darlene Etienne foi tirada com vida das ruínas depois de ficar soterrada por toneladas de concreto durante 15 dias. Ao resgatar uma jovem dos escombros, o médico francês Michel Orcel declarou:

- Está viva. Tem 16 anos e toda a vida pela frente.

Ela foi salva por uma equipe de socorristas franceses e haitianos depois que vizinhos que passavam pelo local na noite de quarta-feira ouviram sua voz e chamaram os serviços de resgate.

Segundo o médico ela só disse “obrigada”. Ele afirmou:

- Está muito fraca, ficou lá por 15 dias.


.Darlene estava bastante desidratada e seus batimentos cardíacos, muito baixos. Ela recebeu tratamento de emergência no local do resgate e, em seguida, foi levada para o hospital de campanha montado pela França em Porto Príncipe.

Em uma cidade caótica e devastada, os próprios habitantes se tornaram os socorristas mais persistentes.
Milhares de moradores de Porto Príncipe se empenham em recuperar seus pertences, por menores que sejam, cavando as ruínas, na maioria das vezes, com as próprias mãos.

Isso multiplica as oportunidades de um alerta inesperado, vindo das profundezas do concreto, geralmente uma voz fraca pedindo socorro. Todos estão sempre atentos.

O porta-voz da Defesa Civil francesa, comandante Samuel Bernes, afirmou:

- Esse terremoto trouxe algo novo, esse serviço de inteligência popular.

Dezenas de socorristas franceses que permanecem em Porto Príncipe decidiram nesta semana interromper suas rondas pela cidade, mas trocaram números de celular com muitos moradores que indicam ruídos, de rumores.

Mensagens de texto ajudam resgate

Uma simples mensagem de texto pode desencadear uma nova busca, a maior parte das vezes sem resultado.

As forças norte-americanas anunciaram na última terça-feira o resgate de um homem de 31 anos, com uma perna quebrada, e ressaltaram que havia passado 12 dias soterrado.

O porta-voz norte-americano Gordon Duguid afirmou no dia seguinte em uma entrevista coletiva à imprensa:

- Não sabemos neste momento quanto tempo passou sob os escombros. O mais importante é que foi resgatado.

Em Porto Príncipe, não são apenas os moradores e os socorristas que trabalham contra o relógio, há também os saqueadores, que em muitos momentos arriscam suas vidas entrando em edifícios que podem desabar a qualquer momento.

Às vezes, os alertas têm uma origem mais confusa.

Horas antes do resgate da jovem Darlene, surgiu a possibilidade de outra operação nas ruínas de um edifício da universidade de Porto Príncipe, onde talvez tenham morrido centenas de estudantes no dia 12.

Os rumores indicavam que no porão do edifício seria possível encontrar um grupo de sobreviventes.

Em vez disso, foram encontrados cinco corpos em decomposição.

Às vezes, os vizinhos ligam para qualquer serviço de socorro para indicar uma prova de vida porque estão desesperados com o cheiro e com o risco sanitário desses corpos, consideram fontes oficiais haitianas.

Em outros casos, a chegada da imprensa serve para que os vizinhos peçam uma ajuda que ainda não chegou a bairros inteiros na enorme capital haitiana.

Quinze dias depois do terremoto, as esperanças de encontrar pessoas com vida diminuem. Mas se voltar a soar um alarme, os socorristas irão ao local.


Fonte: R7

Dobra nº de atendidos por uso de drogas

Em cinco anos, os atendimentos a pessoas com doenças mentais causadas pelo consumo de drogas dobrou em Ribeirão e congestionou o sistema de saúde, que continua funcionando com praticamente a mesma estrutura de 2004.

Naquele ano, 352 novos casos de dependência foram registrados pelo Caps-AD (Centro de Atenção Psicossocial-Álcool e Drogas). Em 2009, foram 733 atendimentos do tipo, o que significa 108,24% de alta.

Se comparado aos 695 casos de 2008, o aumento foi de 5,47%. As internações por dependência química em leitos psiquiátricos superaram no ano passado as relacionadas a doenças de origem genética e psicossomáticas.

"A maior parte dos pacientes que ocupam esses leitos são usuários de drogas e, muitas vezes, combinadas [uso de dois ou mais tipos de drogas]", afirmou o coordenador de saúde mental da Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto, Alexandre Firmo Souza Cruz.

O número de adolescentes em tratamento no centro também aumentou, de 37, em 2004, para 86, em 2009, atingindo pico de 111 em 2008.

Cruz afirmou ainda que a estrutura oferecida pelo poder público na cidade é inferior ao ideal preconizado pela OMS (Organização Mundial de Saúde). "Tanto o número de leitos para o atendimento de emergência quanto a estrutura do Caps-AD são insuficientes para atender a população da região, que é de 1,2 milhão de habitantes, em 26 municípios."

Em Ribeirão, são 108 leitos psiquiátricos, 80 deles no hospital Santa Tereza, média de 0,9 leito para cada grupo de 10 mil habitantes, quando considerada a micro-região.

De acordo com ele, é comum pacientes com surtos psicóticos, causados por consumo de drogas, ficarem esperando vaga em UBDSs (Unidades Básicas Distritais de Saúde) e nos pronto-atendimentos de hospitais.
A secretária da Saúde de Ribeirão, Carla Palhares, disse que a pasta segue orientações do Ministério da Saúde, que prega a redução do tempo de internação. Segundo ela, não há previsão de aumento no total de leitos. "O primeiro atendimento é feito no hospital e, assim que acaba o surto, ele é encaminhado ao Caps-AD."
Segundo estimativa da secretaria, existem em Ribeirão pelo menos 30 associações de recuperação de dependentes de álcool e drogas, a maioria ligada a igrejas e entidades filantrópicas, que ajudam a absorver a demanda pública.

No Caps-AD, onde é feito o tratamento de desintoxicação dos dependentes, a estrutura é a mesma desde 2004. O centro conta atualmente com 25 prestadores de serviços da área da saúde que custam, em média, R$ 60 mil por mês à prefeitura.

Um convênio entre a prefeitura e o Ministério da Saúde garante parte do valor, mas o montante é calculado de acordo com o número de atendimentos. Em dezembro, o repasse atingiu R$ 28 mil, mas em julho foi de apenas R$ 10 mil.

"Recebemos doações e promovemos campanhas para cobrir o deficit", afirmou Eber Fernandes de Matos, psicólogo do centro desde 2000.

Fonte: Folha de S. Paulo

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Chuva forte isola até 200 brasileiros no Peru

As mais fortes chuvas a atingi-rem o Peru em cerca de 15 anos deixaram de 150 a 200 brasileiros presos em Aguas Calientes, ponto de partida para os turistas que vão rumo a Machu Picchu. A Embaixada do Brasil no Peru informou que, com um único guia, havia 118 brasileiros no local e que as autoridades peruanas pediram apoio brasileiro.

Os brasileiros que estão em Águas Calientes relataram à embaixada que têm abrigo e comida, apesar de não estarem em uma situação confortável. A embaixada também informou que pediu às empresas aéreas que não cobrem nenhum tipo de taxa por eventuais atrasos.

No total, um grupo de quase 2.000 turistas está na região. Além deles, no acesso ao Caminho Inco estão mais 300 turistas que não podem sair do local.

As estradas e ferrovias foram altamente danificadas por deslizamentos. Eventos relacionados com a chuva provocaram quatro mortes na região de Cuzco e danificaram 700 imóveis.

O acesso a Machu Picchu será interrompido por pelo menos três dias, para impedir que mais turistas fiquem ilhados, de acordo com o jornal peruano El Comercio.

O jornal Expreso informou que o governo estabeleceu uma ponte aérea para transportar os turistas. No entanto, os helicópteros fizeram apenas três vôos para retirar as pessoas do local, sendo que em cada um 20 pessoas embarcaram. O Ministério do Comércio Exterior e do Turismo informou queportadores de doenças, idosos e crianças tiveram embarque preferencial.

Além disso, o governo declarou emergência por 60 dias nas regiões de Apurímac e Cuzco, informou o Expreso.

O Governo Regional de Cusco informou que, além disso, após os danos ocasionados na cidade, 40% da população não tem água potável.

O sítio arqueológico de Machu Picchu, uma cidade inca que permaneceu escondida até o início do século passado, é um dos locais mais procurados por turistas de todo o mundo.


Fonte: R7

Número de pessoas que deixaram casas após chuvas passa de 23 mil em SP

A Defesa Civil estadual diz que já passa de 23 mil o número de pessoas que tiveram que sair de casa por causa dos temporais desde o dia 1º de dezembro em São Paulo. Até esta terça-feira (26), eram 4,7 mil desabrigados e 18,6 mil desalojados. No mesmo período, chegaram a 64 os mortos por causa das chuvas. A vítima mais recente foi uma mulher, arrastada por uma enxurrada que atingiu Campinas, a 93 quilômetros da capital paulista, no começo da noite desta terça-feira (26).

A mulher tentava passar por um alagamento no bairro Taquaral, perto do principal parque do município. Segundo o Corpo de Bombeiros, ela caiu, foi arrastada para a parte de baixo de um carro, ficou presa e se afogou. Outras pessoas que estavam no local conseguiram retirá-la debaixo do veículo. Ela chegou a ser socorrida, mas morreu no hospital.

Na manhã desta quarta-feira, ruas e avenidas do município viraram depósitos de móveis estragados e entulho. O muro do clube da Polícia Militar chegou a ser derrubado pela enxurrada. Em um shopping de Campinas, corredores próximos às portas de entradas ficaram cheios d’água. Cerca de cem casas ficaram alagadas em Amparo, na mesma região do estado, por causa do transbordamento de um rio.

Represas no limite

Por causa da chuva, as represas do principal sistema de abastecimento da região metropolitana, o Cantareira, estão no limite. A Represa do Jaguari chegou ao máximo pela primeira vez em 27 anos. Populações ribeirinhas estão sendo retiradas de casa para dar vazão à água da represa. Os rios e córregos também alcançaram o limite e, com as chuvas diárias, as inundações são inevitáveis.

Três das seis represas que abastecem a região metropolitana estão com água acima da capacidade. Nesta terça-feira (26), a Represa do Jaguari chegou ao limite pela primeira vez. Foi preciso liberar o excesso de água: 20 mil litros por segundo. Com isso, prefeituras de duas cidades, Bragança Paulista e Atibaia, tiveram que fazer um plano de emergência para retirar 1.300 moradores de áreas ribeirinhas.


Assista:



Fonte: G1

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Crack avança em várias classes sociais

Em Fortaleza, o consumo de crack acontece em plena luz do dia, causando indignação entre os moradores. No Rio de Janeiro, um músico está sendo julgado por ter matado uma amiga, sob o efeito da droga.

Assista:



Fonte: Jornal da Globo

Brasileira relata caos e “inflação” em refúgio improvisado no Peru

A turista carioca Priscilla Caroline Benecase, que aos 21 anos resolveu pela primeira vez visitar a cidade sagrada de Machu Picchu, no Peru, conta que as pessoas que completavam a trilha e estão abrigadas à espera de resgate por helicópteros ou normalização dos serviços de trem enfrentam banheiros sujos, não receberam comida e tampouco podem tomar banho.

As fortes chuvas impediram o acesso a regiões de Cuzco e Machu Picchu por trem devido a deslizamentos. O acesso a Machu Picchu, um dos locais turísticos mais visitados do mundo, será interrompido por pelo menos três dias para impedir que mais turistas fiquem ilhados. Além disso, o governo declarou emergência por 60 dias nas regiões de Apurímac e Cuzco, informou o jornal Expreso.

Priscilla, que é estagiária do Recnov, escolheu o Peru para a viagem de férias com seu namorado, que também é do Rio, e mais cinco amigos paulistas. A turista conta que o abrigo no qual ela e outras pessoas que visitavam o Vale Sagrado estão é precário:

- Para não dizer que não deram nada, distribuíram garrafinhas de 250 ml de água. Papelão para dormir, por exemplo, está sendo vendido a 2 sóis novos (R$ 1,20).

Priscilla disse também que, quando chegaram ao abrigo, US$ 1 (R$ 1,8) podia ser trocado por 2,85 sóis novos. Agora a troca é por 2,50 sóis novos.

Priscilla confirmou a estimativa de que até 200 brasileiros estão entre os 2.000 turistas que ficaram confinados em um centro cultural. Ela disse que, entre os turistas, há a preocupação com o resgate lento – cada helicóptero leva 20 pessoas por viagem e nesta segunda-feira apenas 60 foram resgatadas – enquanto mais turistas, que terminam a trilha, se somam aos que já estão no local.

Este é o caso do paulistano Diogo Colombo. Ele contratou os serviços turísticos de Moisés Tito e está no terceiro dia de trilha. Tito afirmou que Colombo deve chegar à concentração de turistas em um dia.

Enquanto o fluxo de turistas aumenta, os dois banheiros disponíveis são insuficientes para a demanda. Não há ducha, apenas sanitário, disse Priscilla, que também reclama da demora dos helicópteros:

São 9h (12h em Brasília) aqui e até agora nada. Ninguém resolve nada, tem criança, mulher grávida. Eu estou preocupada, dia 2 volto a trabalhar e já vou chegar cansada.

Priscilla relatou ainda mais uma preocupação na vila próxima a Machu Picchu:

- A água do rio ainda está subindo. Se continuar assim, vai invadir nosso alojamento. Disseram que podemos ir para um outro lugar, mas também que não cabe nem metade do que está aqui e já estamos apertados.


Fonte: R7

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Brasil e EUA estão diante de desafio na ajuda ao Haiti

O Brasil tem papel importante na missão de apoio ao Haiti, mas existe competição com os EUA pela liderança? Para Antonio Simões, sub-secretário do Itamaraty, há uma complementação entre os países.

Assista:




Fonte: Entre Aspas

Alimentação ruim pode dobrar risco de depressão

Um padrão alimentar baseado em carnes processadas, gorduras trans e saturadas, cereais refinados, açúcar e aditivos alimentares (corantes, conservantes etc.) dobra o risco de depressão na meia idade. A afirmação é de um estudo, publicado no "British Journal of Psychiatry", que acompanhou quase 3.500 homens por cinco anos, no Reino Unido.

Pesquisadores do Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública da University College, em Londres, e do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica de Montpellier (França) utilizaram a base de dados do estudo de coorte Whitehall 2, que envolve vários países e inclui no total 10.308 pessoas.

Com os dados do estudo de coorte, os pesquisadores puderam controlar uma ampla gama de variáveis, como condições sociodemográficas, hábitos de vida e parâmetros médicos.
O padrão alimentar foi definido em dois grupos: alimentação integral (alto consumo de vegetais, frutas e peixe) e industrializada (alto consumo de doces, frituras, carne processada, gorduras trans e saturadas e cereais refinados). O mais alto grau diz respeito à ingestão dos alimentos de cada grupo seis ou mais vezes por dia; o grau mais baixo significa que os alimentos não são consumidos nunca ou menos de uma vez por mês.

Após cinco anos, os participantes responderam a um questionário padronizado para medir sintomas de depressão. Os pesquisadores fizeram, então, os ajustes para eliminar fatores como atividade física, doenças crônicas, tabagismo e depressão preexistente. Mesmo excluindo esses potenciais influenciadores, o grupo com o padrão alimentar baseado em alimentos industrializados apresentou o dobro de chances de desenvolver depressão.

"O efeito deletério dos alimentos industrializados na depressão é uma descoberta nova. Precisamos de mais estudos para explicar essa associação, mas a hipótese é que ela se deve ao maior risco de inflamação e doenças do coração, que estão envolvidas na depressão", disse à Folha Tasmine Akbaraly, coordenadora do estudo.

Ação inflamatória

Para Geraldo Possendoro, professor de medicina comportamental da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), estudos mostram que substâncias produzidas por certos alimentos levam à produção de proteínas com ação pró-inflamatória e que, entre essas, muitas são gatilhos da depressão.

"A alta ingestão de produtos industrializados cria uma sinalização inflamatória. As substâncias secretadas pelo intestino comunicam para os sistemas hipotalâmico [relacionado à secreção de neuro-hormônios] e límbico [relacionado às emoções] essa agressão", diz a endocrinologista e nutróloga Vânia Assaly, membro da International Hormone Society.

Akbaraly diz que essas hipóteses precisam ser testadas. "Queremos verificar o quanto uma dieta saudável pode diminuir o risco de depressão. E ainda não temos evidência de que mudar o padrão alimentar pode reverter o distúrbio."
Para Ricardo Moreno, coordenador do programa de transtornos afetivos do Instituto de Psiquiatria da USP, mesmo sendo preciso mais evidências, o estudo traz um importante recado. "Ele mostra como as medidas de bom senso, entre elas uma dieta saudável, funcionam de fato como fatores de proteção ao desenvolvimento da depressão", diz.

Fonte: Folha de S. Paulo

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Chuva alaga São Paulo e provoca nova manhã de caos

SÃO PAULO - A forte chuva que atingiu a cidade de São Paulo durante a madrugada desta quinta-feira, 21, voltou a deixar vítimas e levar caos ao transporte urbano. Um aposentado morreu soterrado na Pompeia, após um deslizamento de terra, e as Marginais e outras avenidas importantes foram fechadas. Há 52 trechos alagados em toda a cidade e 88 km de congestionamentos.

Com o transbordamento do rio Tietê, a água também invadiu o pátio da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na Vila Leopoldina, e tomou conta de praticamente toda a área da gigantesca rede de armazéns. No setor das frutas chega a quase um metro de altura, segundo os donos dos boxes daquele setor.

Pelo menos três córregos transbordaram: Jaguaré (zona oeste), Ipiranga (sudeste) e Morro do "S" e Pirajuçara (sudoeste), colocando estas regiões em estado de alerta. Na região do Butantã, algumas casas foram invadidas pela água na Avenida Rio Pequeno, no Rio Pequeno, e na Rua Doutor Ulpiano da Costa Manso, no Jardim Peri-Peri, bairros vizinhos, na região do Butantã. Ainda na mesma região, outro ponto de alagamento deixa intransitável o fluxo de veículos na Rua Alvarenga, em frente ao portão 1 da Universidade de São Paulo.

A Avenida Professor Abraão de Moraes está intransitável junto ao Viaduto Aliomar Baleeiro, em ambos os sentidos, em razão do transbordamento do córrego Ipiranga. Alagamento também na Avenida 23 de Maio, sentido, sob Viaduto Euclides Figueiredo, na zona sul. Por motivo de segurança, a avenida foi bloqueada pela CET e o trânsito é desviado ara a Avenida Pedro Álvares Cabral e para o Túnel Ayrton Senna.

Também há alagamento na avenida Roque Petroni Júnior, no cruzamento com a avenida Chafik Maluf; na avenida Vicente Rao junto à Avenida Washington Luiz e na Avenida dos Bandeirantes, sentido Imigrantes, junto à Rua Antônio de Macedo Soares, na zona sul.

A esquina da Rua Sena Madureira com a Avenida Ascendino Reis, na zona sul, também está intransitável. A água bloqueou o trânsito no cruzamento entre as avenidas Rebouças e Brasil, na região sudoeste; na Rua Ribeiro Lacerda com a Praça Leonor Kaupa, no Jardim da Saúde, zona sul; na Avenida De Penedo, no Socorro, zona sul; além do Viaduto Antártica e Avenida Marquês de São Vicente, na região oeste.

Vítimas

O aposentado Roberto de Fazzio, de 75 anos, morreu soterrado em um desabamento na Rua Rifaina, na Pompeia, zona oeste. A terra de um barranco próximo deslizou com as águas da chuva e derrubou a casa da vítima, perto das 2 horas. Por volta das 4 horas, o corpo do aposentado foi retirado do local por equipes do Corpo de Bombeiros.

Um outro desabamento deixou seis vítimas na região do Grajaú, zona sul. Uma casa caiu sobre a outra na Rua Rio Icatu. Três adultos e três crianças foram soterrados. O Corpo de Bombeiros foi acionado às 3h20 e enviou nove viaturas ao local.

Conforme informações da corporação, uma mulher e uma criança já foram retiradas dos escombros com vida e encaminhadas ao pronto-socorro do Grajaú. As outras duas crianças já foram localizadas pelos bombeiros: uma visualmente e outra pelo choro. Dois adultos seguem desaparecidos.

Também foi registrado o desabamento de um barranco nas proximidades do número 2.000 da Avenida Sumaré, na região de Perdizes, zona oeste. A terra atingiu o trailer onde mora o caseiro José Pereira de Oliveira de 58 anos. Ele dormia no momento do acidente, pouco depois das 3 horas.

Oliveira acordou com o estrondo do deslizamento e conseguiu deixar o trailer pela parte de trás. Ele sofreu apenas pequenas escoriações nas mãos. "Eu vivi de novo. Dou graças a Deus que eu e o meu cachorro, o Mailon, estamos vivos", disse o caseiro.

Oliveira mora no trailer instalado no local há quatro anos e afirma nunca ter enfrentado problemas com a chuva. "Eu não esperava isso (o deslizamento). Meu documentos e tudo o que eu tenho está lá dentro. Nem sei direito o que eu perdi de vez. Mas mesmo assim acho que tive sorte de escapar", avaliou.

Transporte

A circulação de trens da Linha 10-Turquesa (Luz-Rio Grande da Serra) da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) foi normalizada em toda a extensão, às 8h30 desta quinta-feira, 21. Às 9h, também foi normalizada a circulação em toda a extensão da Linha 9-Esmeralda, que estava operando parcialmente.

Em razão das fortes chuvas que atingiram a capital paulista e a região do ABC na madrugada desta quinta-feira, a circulação de trens ficou paralisada entre as estações Luz e São Caetano, durante boa parte do horário de pico.

As demais linhas (7-Rubi, 8-Diamante, 11-Coral e 12-Safira) não foram afetadas pelas chuvas e operam normalmente desde às 4h.

Todas as linhas do Metrô estão operando normalmente, mas com restrição de velocidade. Até o momento, o rodízio de veículos não foi suspenso.

Os aeroportos internacionais de Congonhas, na zona sul de São Paulo, e o de Cumbica, em Guarulhos, operavam visualmente para pousos e decolagens.

Grande ABC

A chuva também deu muito trabalho para os bombeiros na maioria das cidades do Grande ABC. Até as 3h45, não havia registro de deslizamentos com vítimas, mas muitas pessoas ligaram para o 193 solicitando auxílio por estarem ilhadas em suas casas. Foram pelo menos 10 regiões, entre elas: Vila Pauliceia e 31 de Março, em São Bernardo do Campo; Piraporinha, em Diadema, e bairro da Fundação, em São Caetano do Sul.

Fonte: Estadão Online