Em cinco anos, os atendimentos a pessoas com doenças mentais causadas pelo consumo de drogas dobrou em Ribeirão e congestionou o sistema de saúde, que continua funcionando com praticamente a mesma estrutura de 2004.
Naquele ano, 352 novos casos de dependência foram registrados pelo Caps-AD (Centro de Atenção Psicossocial-Álcool e Drogas). Em 2009, foram 733 atendimentos do tipo, o que significa 108,24% de alta.
Se comparado aos 695 casos de 2008, o aumento foi de 5,47%. As internações por dependência química em leitos psiquiátricos superaram no ano passado as relacionadas a doenças de origem genética e psicossomáticas.
"A maior parte dos pacientes que ocupam esses leitos são usuários de drogas e, muitas vezes, combinadas [uso de dois ou mais tipos de drogas]", afirmou o coordenador de saúde mental da Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto, Alexandre Firmo Souza Cruz.
O número de adolescentes em tratamento no centro também aumentou, de 37, em 2004, para 86, em 2009, atingindo pico de 111 em 2008.
Cruz afirmou ainda que a estrutura oferecida pelo poder público na cidade é inferior ao ideal preconizado pela OMS (Organização Mundial de Saúde). "Tanto o número de leitos para o atendimento de emergência quanto a estrutura do Caps-AD são insuficientes para atender a população da região, que é de 1,2 milhão de habitantes, em 26 municípios."
Em Ribeirão, são 108 leitos psiquiátricos, 80 deles no hospital Santa Tereza, média de 0,9 leito para cada grupo de 10 mil habitantes, quando considerada a micro-região.
De acordo com ele, é comum pacientes com surtos psicóticos, causados por consumo de drogas, ficarem esperando vaga em UBDSs (Unidades Básicas Distritais de Saúde) e nos pronto-atendimentos de hospitais.
A secretária da Saúde de Ribeirão, Carla Palhares, disse que a pasta segue orientações do Ministério da Saúde, que prega a redução do tempo de internação. Segundo ela, não há previsão de aumento no total de leitos. "O primeiro atendimento é feito no hospital e, assim que acaba o surto, ele é encaminhado ao Caps-AD."
Segundo estimativa da secretaria, existem em Ribeirão pelo menos 30 associações de recuperação de dependentes de álcool e drogas, a maioria ligada a igrejas e entidades filantrópicas, que ajudam a absorver a demanda pública.
No Caps-AD, onde é feito o tratamento de desintoxicação dos dependentes, a estrutura é a mesma desde 2004. O centro conta atualmente com 25 prestadores de serviços da área da saúde que custam, em média, R$ 60 mil por mês à prefeitura.
Um convênio entre a prefeitura e o Ministério da Saúde garante parte do valor, mas o montante é calculado de acordo com o número de atendimentos. Em dezembro, o repasse atingiu R$ 28 mil, mas em julho foi de apenas R$ 10 mil.
"Recebemos doações e promovemos campanhas para cobrir o deficit", afirmou Eber Fernandes de Matos, psicólogo do centro desde 2000.
Fonte: Folha de S. Paulo
Naquele ano, 352 novos casos de dependência foram registrados pelo Caps-AD (Centro de Atenção Psicossocial-Álcool e Drogas). Em 2009, foram 733 atendimentos do tipo, o que significa 108,24% de alta.
Se comparado aos 695 casos de 2008, o aumento foi de 5,47%. As internações por dependência química em leitos psiquiátricos superaram no ano passado as relacionadas a doenças de origem genética e psicossomáticas.
"A maior parte dos pacientes que ocupam esses leitos são usuários de drogas e, muitas vezes, combinadas [uso de dois ou mais tipos de drogas]", afirmou o coordenador de saúde mental da Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto, Alexandre Firmo Souza Cruz.
O número de adolescentes em tratamento no centro também aumentou, de 37, em 2004, para 86, em 2009, atingindo pico de 111 em 2008.
Cruz afirmou ainda que a estrutura oferecida pelo poder público na cidade é inferior ao ideal preconizado pela OMS (Organização Mundial de Saúde). "Tanto o número de leitos para o atendimento de emergência quanto a estrutura do Caps-AD são insuficientes para atender a população da região, que é de 1,2 milhão de habitantes, em 26 municípios."
Em Ribeirão, são 108 leitos psiquiátricos, 80 deles no hospital Santa Tereza, média de 0,9 leito para cada grupo de 10 mil habitantes, quando considerada a micro-região.
De acordo com ele, é comum pacientes com surtos psicóticos, causados por consumo de drogas, ficarem esperando vaga em UBDSs (Unidades Básicas Distritais de Saúde) e nos pronto-atendimentos de hospitais.
A secretária da Saúde de Ribeirão, Carla Palhares, disse que a pasta segue orientações do Ministério da Saúde, que prega a redução do tempo de internação. Segundo ela, não há previsão de aumento no total de leitos. "O primeiro atendimento é feito no hospital e, assim que acaba o surto, ele é encaminhado ao Caps-AD."
Segundo estimativa da secretaria, existem em Ribeirão pelo menos 30 associações de recuperação de dependentes de álcool e drogas, a maioria ligada a igrejas e entidades filantrópicas, que ajudam a absorver a demanda pública.
No Caps-AD, onde é feito o tratamento de desintoxicação dos dependentes, a estrutura é a mesma desde 2004. O centro conta atualmente com 25 prestadores de serviços da área da saúde que custam, em média, R$ 60 mil por mês à prefeitura.
Um convênio entre a prefeitura e o Ministério da Saúde garante parte do valor, mas o montante é calculado de acordo com o número de atendimentos. Em dezembro, o repasse atingiu R$ 28 mil, mas em julho foi de apenas R$ 10 mil.
"Recebemos doações e promovemos campanhas para cobrir o deficit", afirmou Eber Fernandes de Matos, psicólogo do centro desde 2000.
Fonte: Folha de S. Paulo
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