Segundo a Agência de Segurança Industrial e Nuclear do Japão, o terremoto não causou danos à estrutura da usina nuclear e os trabalhos de reparação não foram afetados.
De acordo com a agência Kyodo News o governo ainda não forneceu mais detalhes sobre os efeitos dos tremores à região nordeste do país, que desde o terremoto e tsunami do dia 11 de março, vive em situação de emergência também devido ao vazamento nuclear da usina.
Mais cedo, o governo japonês anunciou que a energia elétrica já havia sido religada aos seis reatores da usina e também à sala de controle do reator 3 (o mais danificado e o que mais preocupa as autoridades), informou a TV estatal NHK.
A volta da energia elétrica ao centro de controle do reator 3 deve facilitar as condições de trabalho dos operários que correm contra o tempo para evitar que os vazamentos radioativos se alastrem, em meio a informes de que 9.099 pessoas já morreram e outras 13.786 estão desaparecidas após as tragédias no país.
Essas usinas contém combustível MOX, uma mistura de óxidos de plutônio e de urânio procedente de produtos reciclados, cujos dejetos são considerados mais nocivos que aqueles gerados por um combustível a base de urânio.
AGÊNCIA DA ONU RECLAMA
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), voltou a expressar seu descontentamento, nesta terça-feira, devido à falta de informações liberadas pelo governo japonês sobre a situação do vazamento de material radioativo. Os sistemas de monitoramento da agência detectaram hoje níveis de radiação 1.600 vezes maior do que o normal no entorno compreendido a 20km da usina de Fukushima Nº1.
"Nós não recebemos informações válidas já faz algum tempo sobre a integridade dos conteúdos do reator 1. Estamos preocupados por não saber o status [atualizado]", disse Graham Andres, um oficial de alta patente da AIEA.
O órgão disse ainda que o Japão precisa fornecer mais informações sobre os reatores 1,3 e 4.
CONTAMINAÇÃO DE ALIMENTOS
As autoridades japonesas detectaram nesta terça-feira a presença de substâncias radioativas acima dos limites legais no brócolis e no leite não pasteurizado procedentes de áreas próximas à usina nuclear danificada pelo terremoto no Japão, informou a imprensa local. O leite contaminado foi registrado na província de Ibaraki e o brócolis foi encontrado em Fukushima, local da usina nuclear danificada, informou a agência de notícias Kyodo News, não dando mais detalhes.
O anúncio ocorre em meio ao aumento das preocupações no Japão sobre a segurança dos alimentos do país. A França pediu à Comissão Europeia que imponha "controles sistemáticos" nas importações de produtos frescos vindos do Japão para a União Europeia, em meio a temores de contaminação nuclear, informou o Ministério da Agricultura em Paris nesta terça-feira.
Mais cedo, o Ministério da Saúde pediu aos municípios de Chiba e Ibaraki, ao leste de Tóquio, que intensifiquem os controles dos peixes e moluscos pescados nas costas das localidades.
VÍTIMAS
Em meio aos esforços das autoridades para conter a crise nuclear, a Polícia Nacional do Japão afirmou que o número de mortos pelo terremoto e tsunami já chega a 9.099 em 12 prefeituras. Outras 13.786 estão desaparecidas, segundo o balanço atualizado às 21h.
A polícia conseguiu identificar até agora 4.670 corpos, entre os quais 4.150 foram entregues aos familiares.
Com a extensão dos danos causados e a falta de combustível, as empresas de cremação não conseguem atender a demanda. As cidades de Higashimatsushima e Watari, em Miyagi, já enterram os mortos identificados sem cremação -prática pouco usual no Japão.
Muitos dos corpos são enterrados em condições precárias, apenas enrolados em lençóis, pois o número de caixões disponíveis não atende a demanda. E outras nove cidades de Miyagi devem começar a enterrar as vítimas em breve, segundo a agência Kyodo.
Fonte: Folha.com
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