segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Escolas de Franca, interior de SP, perdem alunos por causa das drogas

Segundo o Conselho Tutelar, em um ano quase mil alunos entre 12 e 16 anos abandonaram a escola, 40% porque tinham envolvimento com drogas.


No interior de São Paulo, a droga está tirando crianças da escola. Em Franca, o Conselho Tutelar descobriu que o envolvimento com entorpecentes é a principal causa da evasão escolar. Os jovens que se drogam apresentam sinais que, muitas vezes, os pais não conseguem perceber.

Dois meninos, de 12 anos, foram flagrados com maconha no banheiro de uma escola em Ribeirão Preto. “Eu achei a droga do lado da minha casa. Meus amigos e minha amiga pediram para eu levar a droga, que ela ia fumar”, contou um dos meninos.

Em Franca, a 400 quilômetros de São Paulo, o Conselho Tutelar constatou que em um ano quase mil alunos entre 12 e 16 anos abandonaram a escola – 40% porque tinham envolvimento com drogas.

“A situação é grave. As famílias estão sofrendo muito, e isso está envolvendo tudo”, comentou Gláucia Limonti, presidente do Conselho Tutelar de Franca.

Os sinais de que um aluno passou a usar droga são: cansaço, dificuldade de concentração, queda rápida do rendimento escolar e mudança de grupo social. O adolescente que vende droga muda rápido de padrão financeiro. Passa a usar roupas que a família não pode pagar e deixa claro que tem dinheiro o bastante para pagar as despesas dos amigos em bares e lan houses.

Uma mãe não levou em conta a mudança de comportamento do filho de 15 anos. Descobriu só depois que ele havia abandonado a escola para usar crack. “Eu não tenho como fazer mais nada. Não sei o que eu faço”, afirmou a mãe.

Em Franca, os alunos que o Conselho Tutelar identifica envolvidos com droga são trazidos para uma entidade. Uma parte relatou que, além de consumir, passou também a vender crack para os colegas.

“Normalmente, o traficante fica na porta das escolas. Ele quer um consumidor que mais tarde vai ficar nas mãos dele para vender as drogas”, explica a presidente do Projeto de Restauração de Vidas (Proreavi), Eliana Justino.

As escolas de Franca não querem mais perder os alunos para as drogas. Para conter a evasão, elas passaram a controlar mais de perto a frequência e o comportamento dos estudantes. Quando alguém falta ou anda meio diferente, o professor já avisa a direção do colégio.

Na mesma hora entram em ação as mediadoras escolares. São pedagogas treinadas para esse trabalho. Elas ouvem os alunos, identificam o problema e vão atrás dos pais para encontrar solução.

“O resultado está sendo muito positivo, porque os pais estão sentido apoio na gente e eles estão procurando mais a escola”, conta a mediadora escolar Andrea Pagliarone.

Por semana, os mediadores chegam a identificar dois alunos que começam a se envolver com drogas. Esse trabalho de resgate envolve tratamento psicológico, médico e até com dentistas. A família toda precisa ser tratada e acompanhada.

Assista a reportagem na íntegra no site do Bom Dia Brasil.

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