Quase metade das agressões domésticas é realizada por pessoas alcoolizadas. É o que mostra uma pesquisa realizada em 108 cidades brasileiras - da qual Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica fizeram parte. Os dados revelam que 49,8% dos casos de violência dentro de casa são cometidos por pessoas que fazem uso de bebida alcoólica.
O estudo também traz o perfil dos agressores, das vítimas, as consequências, e a frequência desses abusos. O coordenador da pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, o psicólogo Arilton Fonseca, explica que a alta incidência de álcool em casos domésticos já era conhecida, mas o Brasil precisava de uma constatação.
Sofrimento duradouro
"Foram 7 mil famílias pesquisadas, e não tivemos nenhuma surpresa com a associação do álcool às agressões sofridas. Isso é uma realidade mundial que foi refletida no país. O que chamou a atenção foi o tempo de sofrimento das vítimas nesses casos específicos".
Quando o álcool entra nas residências dos brasileiros, as agressões podem durar décadas. Os agredidos, em 15,7% dos casos, têm os abusos repetidos por mais de dez anos. Mas entre os agressores que não bebem, esse índice cai para 4,2 %.
Isso pode acontecer por alguns motivos, como a impunidade, a falta de ajuda e o silêncio, já que 86,4% das vítimas não procuram nenhum tipo de resgate, e apenas 8,4% procuram as delegacias para denunciar os casos. O mesmo acontece com os agressores, que, em 88,6% dos casos, não procuram um fim para a situação, e não aceitam ajuda.
"As vítimas não podem se calar e precisam lutar para vencer essas ocorrências. Existem muitas formas de amenizar esse problema, como a separação, a denúncia e a busca por ajuda de profissionais", explica a delegada titular da Delegacia da Mulher de Cariacica, Tânia Zanolli. (César Fernandes)
O perfil das vítimas
Parentesco entre a vítima e o agressor
Cônjuge: 40,7% dos casos
Marido: 5,0%
Mulher: 35,7%
Filhos: 19,0%
Irmãos: 10,7%
Pai ou Mãe: 7,5%
Outros: 21,7% dos casos
Tipos de violência
Bronca ou discussão: 86.9% das queixas
Escândalo: 73,9%
Agressões físicas (soco, tapa, empurrão)
Ameaças: 37,4%
Agrediu: 25,6%
Relação sexual forçada
Ameaça: 4,8%
Consumou: 3,3%
Agressões com armas
Ameaça: 11,1%
Agrediu: 5,0%
Fonte: Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Na Grande Vitória, índice pode ser maior
O índice das agressões domiciliares praticado por pessoas alcoolizadas pode ser ainda maior na Grande Vitória. É o que afirma a titular da Delegacia da Mulher de Cariacica, Tânia Zanolli. Segundo ela, esse número pode saltar de 49,8% - dado da pesquisa - para 80%.
A delegada afirma que o machismo aparece como base para agressões, mas o álcool impera como o grande motivador das ocorrências. "O álcool é uma arma. Se fosse classificar, essa seria a causa número um das agressões", diz.
O álcool funciona com multiplicador da violência. O percentual de agressões com uso de objetos, por exemplo, é de 16,7%, em quem bebe; e 7,1%, nos sóbrios. "A violência já existe, mas é aguçada com a bebida. Mesmo sendo uma doença, a consciência do agressor é presente. Ninguém fica bêbado e agride o patrão ou o colega. Esse cidadão mostra o lado violento com a família", afirma
O estudo também traz o perfil dos agressores, das vítimas, as consequências, e a frequência desses abusos. O coordenador da pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, o psicólogo Arilton Fonseca, explica que a alta incidência de álcool em casos domésticos já era conhecida, mas o Brasil precisava de uma constatação.
Sofrimento duradouro
"Foram 7 mil famílias pesquisadas, e não tivemos nenhuma surpresa com a associação do álcool às agressões sofridas. Isso é uma realidade mundial que foi refletida no país. O que chamou a atenção foi o tempo de sofrimento das vítimas nesses casos específicos".
Quando o álcool entra nas residências dos brasileiros, as agressões podem durar décadas. Os agredidos, em 15,7% dos casos, têm os abusos repetidos por mais de dez anos. Mas entre os agressores que não bebem, esse índice cai para 4,2 %.
Isso pode acontecer por alguns motivos, como a impunidade, a falta de ajuda e o silêncio, já que 86,4% das vítimas não procuram nenhum tipo de resgate, e apenas 8,4% procuram as delegacias para denunciar os casos. O mesmo acontece com os agressores, que, em 88,6% dos casos, não procuram um fim para a situação, e não aceitam ajuda.
"As vítimas não podem se calar e precisam lutar para vencer essas ocorrências. Existem muitas formas de amenizar esse problema, como a separação, a denúncia e a busca por ajuda de profissionais", explica a delegada titular da Delegacia da Mulher de Cariacica, Tânia Zanolli. (César Fernandes)
O perfil das vítimas
Parentesco entre a vítima e o agressor
Cônjuge: 40,7% dos casos
Marido: 5,0%
Mulher: 35,7%
Filhos: 19,0%
Irmãos: 10,7%
Pai ou Mãe: 7,5%
Outros: 21,7% dos casos
Tipos de violência
Bronca ou discussão: 86.9% das queixas
Escândalo: 73,9%
Agressões físicas (soco, tapa, empurrão)
Ameaças: 37,4%
Agrediu: 25,6%
Relação sexual forçada
Ameaça: 4,8%
Consumou: 3,3%
Agressões com armas
Ameaça: 11,1%
Agrediu: 5,0%
Fonte: Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Na Grande Vitória, índice pode ser maior
O índice das agressões domiciliares praticado por pessoas alcoolizadas pode ser ainda maior na Grande Vitória. É o que afirma a titular da Delegacia da Mulher de Cariacica, Tânia Zanolli. Segundo ela, esse número pode saltar de 49,8% - dado da pesquisa - para 80%.
A delegada afirma que o machismo aparece como base para agressões, mas o álcool impera como o grande motivador das ocorrências. "O álcool é uma arma. Se fosse classificar, essa seria a causa número um das agressões", diz.
O álcool funciona com multiplicador da violência. O percentual de agressões com uso de objetos, por exemplo, é de 16,7%, em quem bebe; e 7,1%, nos sóbrios. "A violência já existe, mas é aguçada com a bebida. Mesmo sendo uma doença, a consciência do agressor é presente. Ninguém fica bêbado e agride o patrão ou o colega. Esse cidadão mostra o lado violento com a família", afirma
Fonte: A Gazeta
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