sexta-feira, 30 de novembro de 2012

NOTA OFICIAL DA ABRAP

O ENCERRAMENTO DO CRIA
(CENTRO DE REFERÊNCIA DA INFÂNCIA E DA ADOLESCÊNCIA) DA UNIFESP

A Associação Brasileira de Psicoterapia vem a público para manifestar seu apoio e respeito à equipe do Centro de Referência da Infância e da Adolescência (CRIA), serviço da maior relevância social e científica na área de saúde mental infantil e adolescente, e seu repúdio ao anúncio da Secretaria de Saúde do Governo do Estado de São Paulo de encerrar o apoio financeiro à entidade, alegando que “serviços de base psicanalítica não contam com eficácia comprovada”.

O CRIA é um Serviço do Departamento de Psiquiatria da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) que desenvolve atividades de ensino, assistência e pesquisa na área da saúde mental. É composto por uma equipe multiprofissional, que conta com médicos psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, psicopedagogos, arte-terapeutas, musicoterapeuta e fonoaudiólogos, para garantir o exercício de um olhar amplo e abrangente sobre os problemas humanos ligados à esfera da saúde mental de crianças, adolescentes e suas famílias. Realiza mais de 1.200 atendimentos mensais, de crianças e jovens com as mais variadas patologias e não apenas psicóticos e autistas, como demanda a Secretaria de Saúde. Abrange desde o atendimento por luto, abandono, abuso e rejeição, entre outros casos, na tentativa de minimizar seu sofrimento psíquico e incluir esses indivíduos na sociedade.

A ABRAP – entidade vinculada ao World Council for Psychoterapy, presente em mais de 120 países, e que congrega, no Brasil, profissionais de diferentes abordagens, tendo por filosofia a pluralidade e a transparência – entende que a suspensão do apoio financeiro por parte do Governo de São Paulo revela uma postura preconceituosa e dogmática, sem entender a complexidade do sofrimento psíquico por que passam os pacientes e a diversidade de olhares frente a esses problemas. O simples rompimento do apoio financeiro revela, sobretudo, um descaso com os pacientes lá atendidos.

A ABRAP espera que as autoridades tenham a humildade de reconhecer a precipitação da medida de encerramento de apoio e revejam a decisão, de modo a não interromper este importante serviço prestado à sociedade paulista.

As atividades realizadas pelo CRIA podem ser conferidas em seu site: http://www.unifesp.br/dpsiq/novo/d/cria/

São Paulo, 29 de novembro de 2012
Amélia Thereza de Moura Vasconcellos
Presidente da ABRAP | CRM/SP 10.524

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