"O secretário-geral solicita a todas as partes envolvidas neste conflito para que aceitem um cessar-fogo imediato", disse em entrevista coletiva o porta-voz da ONU, Martin Nesirky.
Hoje, rebeldes contrários ao regime do ditador Muammar Gaddafi estão fazendo a sua última resistência contra as forças do governo, no leste da Líbia.
A cidade estratégica de Ajdabiyah já está sob ataque aéreo, marítimo e terrestre, com alguns relatos sugerindo que os rebeldes estão tentando se defender (ou fugindo).
Se as forças do governo ganharem total controle de Ajdabiyah (o que já pode ter ocorrido, embora não confirmado), elas ficarão a apenas 144 km de deserto aberto até Benghazi, epicentro da revolução que está tomado pelos rebeldes.
Apenas uma hora após o governo ter lançado o ataque terrestre em Ajdabiyah, a emissora de TV Sky News disse que há um pequeno indício de que as forças rebeldes na cidade mantêm por volta de 100 mil pessoas.
Alguns rebeldes atiram contra a frota de aviões do ditador líbio.
Caminhonetes com armas de fogo, pertencentes à força de defesa de Gaddafi, eram avistadas indo em direção à cidade.
COBRANDO O OCIDENTE
Nejla el Mangush, membro do comitê de comunicação do Conselho Nacional Transitório (CNT) da Líbia, afirmou nesta quarta-feira por telefone que já é hora de agir e pediu à comunidade internacional que apoie os rebeldes de forma urgente, pois "muita gente está morrendo" na ofensiva do líder Muammar Gaddafi.
"É hora de tomar decisões sérias. O que estão esperando? Pode haver milhares de mortos se deixarem que Gaddafi continue com seus ataques", disse a rebelde na cidade de Benghazi, 'capital' provisória da autoridade insurgente.
Contatada por telefone em Benghazi, a porta-voz rebelde ressaltou que o levante popular e o Governo das zonas líbias sob controle insurgente está em poder do Conselho Nacional Transitório, mas insistiu que os rebeldes precisam da ajuda da comunidade internacional para impedir que as forças do regime de Trípoli continuem com os bombardeios.
"Não temos a impressão de que sejam sérias as reuniões que estão mantendo as potências [para ajudar na crise líbia]", declarou Mangush.
Ela destacou ainda que vários meios de comunicação internacionais presentes na atual zona de confrontos "estão comprovando que há muitos mortos nos hospitais e percebendo a violência usada pelas forças de Gaddafi".
"Ajudem-nos, por favor! Não pretendemos nenhum regime islâmico nem nada parecido. Aqui o povo está lutando pela liberdade depois de mais de 40 anos de ditadura. Onde estão as democracias ocidentais?", exclamou a porta-voz rebelde.
Ela indicou que quatro pessoas morreram nesta quarta-feira e várias ficaram feridas devido à ofensiva das forças de Gaddafi sobre Misrata, terceira maior cidade do país e a única ainda sob controle dos insurgentes no oeste da Líbia.
Segundo Mangush, os combates em Misrata, assediada pelas tropas do regime há vários dias, se recrudesceram nesta manhã e as forças de Kadafi tentam entrar na cidade, mas ainda não o conseguiram.
Já um membro do comitê de jovens da revolução em Misrata elevou para cinco o número de mortos nesta quarta-feira na cidade e para 11 o de feridos, em declarações à rede de televisão Al Jazeera.
FIM EM 48 HORAS?
Saif al Islam, filho do líder líbio Muammar Kadafi, disse nesta quarta-feira que, embora o Conselho de Segurança da ONU tenha aprovado o pedido da Liga Árabe de estabelecer uma zona de exclusão aérea, será "muito tarde porque em 48 horas tudo terá terminado".
"As operações militares terminaram", disse em entrevista exclusiva concedida ao canal Euronews o segundo filho de Gaddafi, segundo o qual os rebeldes "já estão fugindo".
No trecho antecipado pela emissora, que transmitirá a íntegra da entrevista na noite desta quarta-feira, Saif al Islam indicou que "há multidões tentando chegar à fronteira com o Egito".
"Tanto o Exército como os cidadãos dizem: deixem um corredor seguro para esses traidores e suas milícias", afirmou.
De acordo com o segundo filho do líder líbio, os primeiros que estão deixando o país são aqueles que mantiveram contato com os Estados Unidos, o Reino Unido e a França, assim como os que solicitaram a volta e intervenção das forças britânicas e americanas.
Saif al Islam, que chegou a ser designado pelo pai como herdeiro de seu regime, acrescentou: "não queremos matar, não queremos vingança. Fujam traidores, vocês são mercenários que cometem crimes contra o povo da Líbia".
Fonte: Agência EFE
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