segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Fobia é coisa séria.

Bons tempos aqueles em que o Programa Fantástico nos surpreendia com reportagens investigativas e matérias que realmente informavam a população, resguardadas as ressalvas ao conteúdo, possível de ser informado através de telejornalismo. Na última década, entretanto, a proliferação do odioso “jornalismo de entretenimento” parece se estabelecer como tendência nesse e em outros programas da TV aberta. Uma pena.

Em reportagem exibida ontem (13), o semanário da Rede Globo, aparentemente, apenas com a intenção de promover o inqualificável Big Brother, usou o trabalho da repórter Renata Ceribelli para veicular reportagem sobre Fobias. Material que mais pareceu galhofa sobre o transtorno que segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP, aflige ou afligirá 11% da população brasileira, em algum período da vida.

E não adiantou a repórter contar com a colaboração da psiquiatra carioca Fátima Vasconcelos, que além de contextualizar o transtorno e descrever alguns dos sintomas, ainda ressaltou: “Não é para fazer pouco caso. A pessoa, de fato, está sofrendo!” A edição da matéria priorizou, do início ao fim, o tratamento jocoso e a desqualificação, velada, do sofrimento emocional das pessoas que apresentam alguma fobia.

A saber, as fobias integram o espectro dos transtornos psiquiátricos qualificados como de ansiedade, e caracterizam-se por só se manifestarem em situações particulares. Segundo a última versão do Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais - DSM-IV, e sob o ponto de vista clínico, são três os tipos de fobias: Agorafobia, ou medo de estar em lugares públicos, de onde a pessoa não possa sair com facilidade, ou sem ser notada; Fobia Social, que representa medo perante situações de exposição aos outros, como ser vítima de comentários ou situação de humilhação em público; e Fobias Simples, medo circunscrito a objetos ou situações concretas, específicas.

As citadas Fobias Simples contemplam 5 grupos distintos, que englobam os exemplos citados na reportagem:
- Animais (insetos, aranhas, cobras,cães, ratos, etc.);
- Aspectos do ambiente natural (trovoadas, chuva, ventanias, terremotos, etc.);
- Sangue e ferimentos;
- Situações específicas (voar de avião, elevador, escadas-rolantes, altura,trânsito, etc.);
- Outros tipos.

Em todas as variações, é recomendável buscar auxilio especializado para evitar o desenvolvimento de doenças mentais mais graves. E há tratamento, principalmente fundamentado em psicoterapia.

Assista a reportagem do Fantástico na íntegra.

Emanuelle Guimarães

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