quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Médico despreparado atende doentes mentais em unidade de VG

Vários Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do Estado não possuem psiquiatra no seu quadro de profissionais como mostra o site do Datasus.
Nesses casos o paciente é atendido por clínicos ou especialistas de outras áreas, como oftalmologista, por exemplo.


Estão sem psiquiatra os CAPS de Barra do Bugres, Tangará da Serra, Confresa e Colíder, dentre outros. Uma unidade infanto-juvenil de Várzea Grande estaria com um médico que não tem título de especialista em psiquiatria, muito menos de especialista em criança e adolescente.

A psiquiatra Renée Freire, que integra a Comissão de Acompanhamento da Política de Assistência Psiquiátrica no Brasil, da Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, vê como preocupante a situação da saúde mental em mato Grosso.

Ela aponta o município de Poconé como referência em assistência. “Lá a saúde trabalha integrada em todos os níveis: PSF, Centro de Especialidades Médicas, PAM, Hospital, CAPS, todos em função do bem-estar da população”, explica ela.

Especificamente sobre as políticas públicas de saúde mental, Renée Freire observa que o Ministério da Saúde e a Coordenadoria de Saúde Mental aviltam a lei federal 10216/2001 que organiza os serviços de assistência e os direitos dos pacientes, entre outros. “Os psiquiatras e seus maiores especialistas a todo o momento fazem críticas à maneira como se faz a tal reforma psiquiátrica que deveria se chamar Reforma do Modelo da Assistência Psiquiátrica”.

A ABP tem um documento aprovado pelos psiquiatras brasileiros e que é referência para o Conselho Federal de Medicina e até já foi protocolado no Ministério da Saúde como sugestão.

Diz o documento: “hoje não existe uma política do Ministério da Saúde para combater o estigma ao doente psiquiátrico e que seja comprometida com sua reabilitação e reinserção social. As limitações ou perdas de capacidades operativas para o desempenho social e laboral decorrentes do adoecer mental ou comportamental devem ser objeto de estratégias de reabilitação dirigidas aos recursos dos pacientes, aos talentos existentes e às possibilidades para lidar com a doença que minimizem a incapacidade. Reabilitação psiquiátrica é um conjunto de ações dirigidas a pessoas com doenças mentais, transtornos comportamentais e déficits funcionais graves. A ajuda às pessoas com incapacidades decorrentes de um transtorno psiquiátrico para aumentar o nível de seu desempenho de tal forma que possam sentir-se bem sucedidas e satisfeitas deve ser feita através de: alternativas residenciais, facilitação do transporte, programas de suporte comunitário (centros de convivência), oficinas de trabalho protegidas, suporte à atividade escolar, grupos de auto-ajuda e defesa de direitos”

Fonte: VG News

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