O geólogo e professor Nivaldo José Chiossi lançou o livro "Destruindo o Planeta", que aborda a formação do planeta terra até os dias atuais, descrevendo as destruições e os impactos ambientais que afetam a vida no Planeta. O autor adverte que, se nada for feito com urgência, graves desastres naturais, piores dos que já vem ocorrendo, poderão atingir o planeta e levar a situações inimagináveis. Conforme Chiossi, o livro foi lançado em São Paulo e já se encontra em Rio Claro, na Livraria Siciliano, do Shopping Rio Claro, ao preço de R$ 30,00.
O professor nasceu em Corumbataí, mas estudou e viveu em Rio Claro. Ele é formado em Geologia pela USP. Além da obra "Destruindo o planeta", Chiossi publicou dezenas de artigos e trabalhos técnicos para simpósios, congressos e revistas técnicas. Ele também publicou o livro "Geologia Aplicada à Engenharia".
O geólogo explica que o livro "Destruindo o Planeta" procura levar o leitor à uma viagem pela história do planeta, desde a formação até os dias atuais. Ele pontua que, como sendo casa de cada cidadão, todos devem conhecê-lo.
"Após demonstrar como o planeta foi formado e é constituído, são descritos os desastres naturais como terremotos, tsunamis, vulcões, enchentes e deslizamentos, que alteram profundamente a vida no planeta. Porém, o pior vem ocorrendo com o aparecimento do Homem, que hoje totaliza mais de 6,5 bilhões de pessoas, e que vêm deixando suas marcas de devastação poluindo o ar, os recursos hídricos, o solo e subsolo, além de devastar as florestas. Não bastando, entre os próprios Homens, as guerras, conflitos, atentados, agravam problemas como a miséria, fome, doenças, falta de comida, moradia e total insegurança pública", considera Chiossi.
Em 1983, em entrevista ao Jornal Cidade, o geólogo já advertia sobre a necessidade de consciência ambiental. Hoje, apesar dos avanços, Chiossi, avalia que ainda é preciso mais ações.
JC - Em termos de planejamento ambiental, quais são os maiores problemas que afetam as cidades brasileiras?
Chiossi - Em dezembro de 2008, o IBGE assinalou que 90% das cidades brasileiras sofrem com problema ambiental. Os mais frequentes são a falta de saneamento básico, de abastecimento de água, poluição por veículos e indústrias, poluição dos cursos d"água e da água subterrânea, além de queimadas e desmatamentos, com um grande vilão que é o lixo, disposto irregularmente ou formando lixões, além de jogados muitas vezes nos cursos d"água.
JC - Em ano eleitoral, como o senhor analisa o discurso dos políticos quanto as questões ambientais?
Chiossi - Em ano eleitoral os discursos políticos prometem ainda mais. Porém, apesar do nosso Brasil ter uma estrutura política com cerca de 5.562 prefeitos, 5.562 vice-prefeitos, 27 governadores e 27 vices, centenas de deputados estaduais e federais, 81 senadores, mais de 50 mil vereadores, centenas de Secretarias Municipais e Estaduais do Meio Ambiente, são muito poucos àqueles que, deste verdadeiro exército, defendem o meio ambiente.
JC - Com as maiores nações do globo hesitando em tomar medidas radicais para a preservação, ainda é possível acreditar que não acontecerá o pior?
Chiossi - É difícil acreditar que não acontecerá o pior porque essas nações priorizam as questões econômicas. Cortar o uso de carvão e petróleo, por exemplo, na China, é bem difícil, o uso do carro nos Estados Unidos também, bem como das indústrias. A busca de energias limpas como a eólica e a solar, virão aos poucos, mas em descompasso com o uso dos combustíveis fósseis.
JC - Como o senhor analisa o impacto do novo Código Florestal, que diminui a área de preservação nas propriedades rurais?
Chiossi - O novo Código Florestal aprovado recentemente na Câmara dos Deputados possui instrumentos inaceitáveis, como a anistia para quem desmatou áreas que deveriam ser preservadas. Um grande debate se anuncia entre as bancadas dos ambientalistas e dos ruralistas. Outro aspecto é aquele que em rios estreitos, com até cinco metros, a faixa de preservação ao longo do rio cai dos atuais 30 metros para 15 metros. A nova proposta, só com esses dois exemplos, realmente prejudica a preservação ambiental.
JC - Investimentos em educação ambiental têm sido satisfatórios no intuito de despertar a consciência ecológica na população?
Chiossi - Não. A grande maioria das escolas ainda não dá o valor necessário para a educação ambiental e que, implantada desde a pré-escola, deveria continuar até os cursos universitários. Hoje, felizmente novos cursos como engenharia ambiental, direito ambiental e gestão ambiental, contribuem para despertar a consciência ambiental.
JC - Há quase 30 anos o senhor afirmou que havia ausência de mentalidade ecológica. Acredita que algo tenha mudado?
Chiossi - Ao fazer esta afirmação há quase 30 anos atrás em reportagem no próprio Jornal Cidade, tentei dar um alerta sobre a necessidade de termos uma consciência ambiental para termos um futuro melhor no Planeta Terra. Hoje, avançamos em certos aspectos, algo mudou com a criação de algumas Fundações e ONGs. Contudo, precisamos fazer mais, principalmente os políticos.
JC - O que acha que pode ser feito para conscientizar a população?
Chiossi - Para conscientizar a população, antes de tudo os políticos têm que ser conscientizados. As empresas governamentais e privadas, com raríssimas exceções, somente se lembram do meio ambiente no dia 5 de junho, quando fazem propaganda em toda a mídia. Assim, também procedem nos dias da Água, Sol, Terra etc. Propagandas muitas vezes bem elementares.
JC - O que pode acontecer com o futuro do Planeta Terra?
Chiossi - Os efeitos no futuro do Planeta Terra estão reunidos nas conclusões de milhares de cientistas que fazem parte do IPCC (Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas) que anuncia degelos dos polos e montanhas, elevação no nível do mar, chuvas e secas intensas, entre outras consequências, se nada for feito com urgência.
Fonte: Jornal Cidade
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