Estudo mostra que ‘catástrofes em larga escala’ são menos mobilizantes.
Já ‘pequenas tragédias’ prendem atenção do público e geram empatia.
Uma dupla de pesquisadores da Faculdade Kellogg de Administração e da Faculdade de Direito de Harvard, nos EUA, concluiu que Joseph Stalin estava correto, em certo sentido, ao afirmar que a morte de uma pessoa é tragédia, enquanto um milhão de mortes é estatística. Loran Nordgren e Mary-Hunter Morris afirmam no estudo, publicado na revista “Social Psychological and Personality Science”, que tragédias de grande magnitude não garantem “conexão emocional” com a mesma eficácia com que “pequenas" tragédias – pelo critério de número de vítimas.
O mineiro chileno Alex Vega abraça sua esposa (à esq.) após ser resgatado da mina San Jose (Foto: Hugo Infante, governo chileno via AP)
No estudo, chamado “The Scope-Severity Paradox: Why doing more harm is judged to be less harmful” Nordgren e Morris descrevem o paradoxo pelo qual as pessoas apresentam uma reposta emocional mais forte em relação a vítimas identificáveis e mais fracas quando se trata de “uma multidão inteira de sofredores”. “É difícil para as pessoas ligarem-se a uma história quando há muitas vítimas sem rosto”, explica Nordgren.
Em um dos experimentos, um grupo leu o relato sobre uma empresa de alimentos que vendeu comida estragada que intoxicou consumidores. Um subgrupo recebeu uma descrição geral das vítimas, enquanto outro subgrupo recebeu a foto de só uma das vítimas, com seu nome e ocupação. O segundo grupo qualificou com mais severidade o crime cometido pela empresa e recomendou uma punição mais dura aos proprietários e administradores da firma responsável.
“Em todos os experimentos, descobrimos que aumentar o número de pessoas vitimizadas reduz a percepção de gravidade e leva as pessoas a recomendar punições mais brandas para crimes que afetaram mais pessoas”, diz Nordgren. “Para combater esse paradoxo, individualizar vítimas ajuda. Quando há informação específica sobre uma ou duas vítimas destacadas de um grupo maior, há mais empatia e compaixão.”
Fonte: G1
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