Pelo menos 30 brasileiros passaram mais de 12 horas escondidos na floresta para escapar do conflito na cidade de Albina, no Suriname, que resultou na destruição de uma vila de estrangeiros, na véspera do Natal. O conflito teve início após um brasileiro ter matado com faca um "marrom", como são conhecidos os surinameses quilombolas, descendentes de escravos.
“A gente caiu na mata. Passei a noite toda na mata, muita gente passou, sem luz, sem nada. Saímos lá pelas 9 horas, 10 horas da manhã”, disse ao G1 o garimpeiro Antônio José Silva Oliveira, um dos cinco brasileiros a desembarcar nesta noite em Belém, em um voo da Força Aérea Brasileira. “Não tinha como sair. Tinha que ficar lá no mato, escondido.”
O ataque à vila começou por volta das 20h, segundo Oliveira. “Tinha gente batendo e jogando brasileiros na água. Caí no rio e ajudei o pessoal que não sabia nadar”, afirmou. Oliveira não ficou ferido, mas no grupo que desembarcou nesta noite no Brasil – todos homens – , havia um que levou um corte de facão na cabeça.
Oliveira disse que um amigo dele está internado na Guiana Francesa, devido a um corte profundo no braço, provocado por facão. “É bem fácil que vão amputar o braço dele”, afirmou.
Segundo ele, o ataque aos moradores da vila, que funcionava como uma espécie de entreposto para o garimpo, foi feito por cerca de 80 pessoas “da terra”, entre homens e mulheres. “Era pedra, era pau, era facão. Tinha muitos”, declarou.
Apesar disso, ele afirmou que não tinha certeza sobre a ocorrência de mortes. Oliveira afirmou ter ouvido que uma grávida, segundo ele brasileira, e um rapaz teriam morrido no ataque. Sobre o rapaz, ele não sabia a nacionalidade. “Acho que sim [que era brasileiro], mas a gente não sabe”, disse.
O Ministério das Relações Exteriores (MRE), porém, divulgou nota neste domingo informando que a missão diplomática brasileira que esteve no Suriname, não recolheu evidências de que brasileiros tenham morrido no conflito do dia 24 com moradores locais.
“Não houve comprovação de mortes de brasileiros. As declarações dos nacionais ouvidos em Albina coincidiram com as dos brasileiros que se encontram em Paramaribo, no sentido de que não testemunharam nenhum assassinato de brasileiro”, diz a nota.
Oliveira deixou o aeroporto internacional de Belém rumo à rodoviária da cidade, de onde embarcaria de ônibus para Santa Helena, sua cidade natal, no Maranhão.Três dos brasileiros que chegaram no voo da FAB também iriam para o Maranhão. O outro ficaria no Pará, onde mora.
Oliveira disse que não pretende retornar ao Suriname. Ele vivia no país há dez meses, trabalhando em um garimpo de ouro a um dia de canoa de Albina. “Ganhei muito pouco. Agora vou voltar para casa, graças a Deus.”
Fonte: G1
“A gente caiu na mata. Passei a noite toda na mata, muita gente passou, sem luz, sem nada. Saímos lá pelas 9 horas, 10 horas da manhã”, disse ao G1 o garimpeiro Antônio José Silva Oliveira, um dos cinco brasileiros a desembarcar nesta noite em Belém, em um voo da Força Aérea Brasileira. “Não tinha como sair. Tinha que ficar lá no mato, escondido.”
O ataque à vila começou por volta das 20h, segundo Oliveira. “Tinha gente batendo e jogando brasileiros na água. Caí no rio e ajudei o pessoal que não sabia nadar”, afirmou. Oliveira não ficou ferido, mas no grupo que desembarcou nesta noite no Brasil – todos homens – , havia um que levou um corte de facão na cabeça.
Oliveira disse que um amigo dele está internado na Guiana Francesa, devido a um corte profundo no braço, provocado por facão. “É bem fácil que vão amputar o braço dele”, afirmou.
Segundo ele, o ataque aos moradores da vila, que funcionava como uma espécie de entreposto para o garimpo, foi feito por cerca de 80 pessoas “da terra”, entre homens e mulheres. “Era pedra, era pau, era facão. Tinha muitos”, declarou.
Apesar disso, ele afirmou que não tinha certeza sobre a ocorrência de mortes. Oliveira afirmou ter ouvido que uma grávida, segundo ele brasileira, e um rapaz teriam morrido no ataque. Sobre o rapaz, ele não sabia a nacionalidade. “Acho que sim [que era brasileiro], mas a gente não sabe”, disse.
O Ministério das Relações Exteriores (MRE), porém, divulgou nota neste domingo informando que a missão diplomática brasileira que esteve no Suriname, não recolheu evidências de que brasileiros tenham morrido no conflito do dia 24 com moradores locais.
“Não houve comprovação de mortes de brasileiros. As declarações dos nacionais ouvidos em Albina coincidiram com as dos brasileiros que se encontram em Paramaribo, no sentido de que não testemunharam nenhum assassinato de brasileiro”, diz a nota.
Oliveira deixou o aeroporto internacional de Belém rumo à rodoviária da cidade, de onde embarcaria de ônibus para Santa Helena, sua cidade natal, no Maranhão.Três dos brasileiros que chegaram no voo da FAB também iriam para o Maranhão. O outro ficaria no Pará, onde mora.
Oliveira disse que não pretende retornar ao Suriname. Ele vivia no país há dez meses, trabalhando em um garimpo de ouro a um dia de canoa de Albina. “Ganhei muito pouco. Agora vou voltar para casa, graças a Deus.”
Fonte: G1
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