A região de Lagoas do Norte, onde os rios Poti e Parnaíba se encontram, é conhecida entre os moradores como o lugar onde Teresina foi fundada, em 1852. Com o passar dos anos, no entanto, a área ganhou uma reputação bem menos nobre.
“Quem vivia e trabalhava aqui sofria preconceito porque a região estava acabada. Havia barracos, lixo e animais mortos à beira da lagoa. As enchentes eram um problema”, lembra o motorista Luiz Felipe da Costa, 48 anos.
Aproximadamente 100 mil pessoas vivem nessa região. Desse total, 65% ganham por volta de US$ 1,5 ao dia. “Cresci aqui porque meu pai era oleiro e me trazia desde que eu tinha 6 anos. Desde aquela época, as pessoas tiravam argila das lagoas para fazer tijolos. Hoje a gente sabe que esse é um recurso limitado”, ele completa.
Depois de anos de decadência, Lagoas do Norte renasceu por meio de uma parceria de quatro anos entre a prefeitura de Teresina, o governo federal e o Banco Mundial. A área ganhou infraestrutura de água e saneamento, um parque, ciclovias, ruas mais amplas e um teatro. Além disso, 400 famílias que moravam à beira das lagoas foram transferidas para um conjunto habitacional próximo.
“As águas estão bem menos poluídas, o parque virou ponto turístico e as famílias não têm mais medo de enchentes”, conta Vicente Moreira, coordenador do projeto na prefeitura da capital piauiense.
Esses avanços foram mostrados durante a Rio+20, em junho passado. No evento, o governo federal destacou o projeto “Melhorando a Governança Municipal e a Qualidade de Vida em Teresina” como um exemplo de crescimento verde e inclusivo.
O projeto foi financiado com US$ 31,1 milhões do Banco Mundial e US$ 13,3 milhões da prefeitura de Teresina.
Ambientes e carreiras sustentáveis
“Mudar a cara de Lagoas do Norte era uma prioridade municipal desde 2002, mas a prefeitura não tinha recursos suficientes”, diz a especialista em água e saneamento Lizmara Kirchner, do Banco Mundial.
“Uma particularidade desse projeto é que ele oferece uma alternativa aos antigos oleiros”, acrescenta. A retirada de argila das lagoas, além de causar danos ambientais ao local, provia sustento apenas durante quatro meses ao ano.
Por esse motivo, cursos profissionalizantes foram estruturados com base nas necessidades dessas pessoas. As aulas começarão em breve.
Uma vez que estejam formados, os antigos oleiros poderão trabalhar como cabeleireiros, pedreiros e eletricistas – carreiras tão sustentáveis quanto a comunidade em que eles vivem.
Informação divulgada através do portal do Banco Mundial.
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