quinta-feira, 12 de julho de 2012

Terremoto e Tsunami no Chile: Trauma


O neuropsiquiatra chileno Rodrigo Paz detalhou à BBC Mundo as sequelas psicológicas e psiquiátricas do terremoto de 2010 no país:

Em um nível psicológico, encontramos um país que experimentou o trauma de um desastre de enormes proporções. A tragédia deixou na população uma sensação de grande insegurança uma vez que a natureza é imprevisível. Além disso, as pessoas consideram que o estado chileno não tem estrutura capaz de proteger as vítimas. Como resultado, gera-se um clima de ansiedade e vulnerabilidade.

Em um nível psiquiátrico, vemos pacientes psiquiátricos que sofrem de doenças neuropsiquiátricas, total ou parcialmente estabilizadas, ter uma recaída e permanecerem com tais sintomas até hoje. Além disso, constatamos diversos casos de pessoas previamente saudáveis, nas quais o evento traumático desencadeou transtornos psiquiátricos após a tragédia.

Os sintomas comuns são ansiedade e depressão patológica (falta crônica de energia, depressão, ataques de pânico, sono excessivo e pouco apetite). Menos frequentes são os fenômenos de stress pós-traumático em que os pacientes tendem a se lembrar das imagens ou sensações corporais associadas com o evento e desenvolver fobias, como por exemplo, não querer voltar a viver nas suas casas antigas, em lugares altos ou próximos da costa, etc).

Cerca de 70% das pessoas podem superar os temores desencadeados a partir do trauma sem ajuda profissional. No entanto, os 30% restantes desenvolvem sintomas de ansiedade crônica, associados a transtornos depressivos e, às vezes, a fobias.

Aproximadamente 80% dos transtornos associados à exposição ao desastre devem ser tratados com a ajuda de remédios específicos para controlar a ansiedade e depressão.

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