Depressão e Ansiedade aumentam após os 40 anos?

Na edição de ontem (17), da série “Viver bem depois dos 40”, realizada pela jornalista Petria Chaves na rádio CBN, o tema abordado foi “Síndrome do Pânico”. A psicóloga Margareth dos Reis, de São Paulo, colaborou ao contextualizar a doença, que compõe o quadro dos transtornos de ansiedade, explicou como à exposição ao estresse da vida contemporânea pode contribuir para o seu desenvolvimento, e reforçou a recomendação sobre buscar tratamento especializado, a partir da percepção de reações exageradas de medo, em situações cotidianas.

A mesma série também abordou o tema Depressão, em outra edição curta, no dia 2 de fevereiro, quando contou com a participação do psiquiatra Jerson Laks, do Rio de Janeiro. Na ocasião, o psiquiatra apontou a necessidade de se diferenciar a tristeza eventual, que é natural em momentos específicos e passageiros, do quadro de depressão, e afirmou que não há predisposição ao sentimento de tristeza após os 40 anos. Ele explicou, porém, que existem situações físicas e biológicas, ligadas a problemas de saúde, que podem influenciar no desenvolvimento da depressão, independente de fatores emocionais. “Por exemplo, hipertensão arterial, diabetes, tudo isso vai promovendo um aumento de lesões no sistema nervoso central, em regiões que podem promover quadros depressivos”, comentou o Dr. Laks.

O médico alertou que, em situações iniciais e/ou menos intensas de depressão, os indivíduos começam a deixar de realizar as atividades que mais lhe dão prazer, e passam a admitir rotinas menos estimulantes. “O indivíduo diminui o contato com os amigos, fica mais irritável em casa, dorme pior e, eventualmente, pode até aumentar o uso de algumas substâncias, como álcool e fumo”, explicou o Dr. Laks.

Ainda sobre os transtornos de ansiedade, em 2008, o psiquiatra Marcello Rocha Miranda, do Rio de Janeiro, ofereceu interessante entrevista na mesma rádio, em que explicou sintomas, alternativas de tratamento e os motivos da prevalência desse tipo de transtorno, que aflige ¼ da população mundial. O Dr. Marcello explicou que além dos fatores biológicos e genéticos, a influência do meio influencia de forma determinante no surgimento dos transtornos. “Quanto mais urbano o meio, mais estressante é. O ser humano sempre viveu em conflito, e a hierarquia social, a política, a religião, o trabalho, a necessidade de se sustentar, e a genética também envolvem o surgimento desses sintomas”, afirmou.

Na entrevista, o psiquiatra também comentou que os transtornos de ansiedade apresentam maior quantidade de pacientes identificados entre as mulheres, característica que pode ser explicada pelo comportamento das mulheres, mais flexíveis em admitir a possibilidade de adoecimento e buscar tratamento. E que os transtornos de ansiedade afetam pessoas de ambos os sexos e em todas as idades.



A série “Viver bem depois dos 40” começou em janeiro vai até o fim de fevereiro. Todos os dias são veiculados novos capítulos nos programas: Jornal da CBN (6h35); CBN Total (15h35); CBN Noite Total (22h15).
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