O “burnout” (em português “combustão completa”) é uma das síndromes incluídas no rol dos transtornos mentais relacionados ao trabalho.
Segundo dados da Previdência Social, foi a terceira maior causa de afastamento de profissionais em 2009.
A síndrome não pode ser confundida, ela vai além de um estado de estresse. Esse transtorno psíquico une esgotamento e desilusão.
O problema foi identificado em 1974, nos Estados Unidos, pelo médico Freunderberger, a partir da observação de desgaste no humor e na motivação de profissionais de saúde com os quais trabalhava.
Quando o seu trabalho “não vale a pena”
O “burnout”, também conhecido como síndrome do esgotamento profissional, é um desalento profundo, está relacionado com o valor depositado ao trabalho. A doença é gerada pela percepção de que o esforço feito é superior à recompensa. A pessoa se sente injustiçada e insatisfeita.
O estado de tensão emocional e estresse crônicos provocados por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes são suas principais características.
No entanto, diferente do estresse, que tem um componente biológico forte, ligado a situações em que o corpo tem de responder ao perigo, o “burnout” é um transtorno emocional em que a pessoa não sente mais vontade de produzir.
Sintomas
O sintoma típico da síndrome de “burnout” é a sensação de esgotamento físico e emocional, que se reflete em algumas alterações comportamentais como, o maior consumo de café, álcool e remédios, baixo rendimento, cinismo, ausências no trabalho, agressividade, isolamento, mudanças bruscas de humor, irritabilidade, dificuldade de concentração, lapsos de memória, ansiedade, depressão, pessimismo e baixa autoestima.
Entre as manifestações físicas que podem estar associadas à síndrome, podemos citar as dores de cabeça, enxaqueca, cansaço, sudorese, palpitação, pressão alta, dores musculares, insônia, crises de asma e distúrbios gastrintestinais.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico é feito a partir da avaliação do histórico do paciente e seu envolvimento e realização pessoal no trabalho. Não é fácil detectar o “burnout”, já que seus sintomas podem ser confundidos com depressão ou síndrome do pânico.
O tratamento inclui o uso de antidepressivos e psicoterapia. Atividade física regular e exercícios de relaxamento também ajudam a controlar os sintomas.
Vale ressaltar, no entanto, que a medicação só combate os sintomas e não as causas do problema. Por isso, é importante que a pessoa reavalie o papel do trabalho em sua vida, o quanto está interferindo em sua qualidade de vida e prejudicando sua saúde física e mental.
União
Especialistas ressaltam ainda que as providências para prevenir o “burnout” devem partir tanto do sujeito quanto da empresa.
Ao funcionário cabe, por exemplo, se permitir algumas atividades diárias cuja única finalidade é o prazer para compensar o clima estressante do dia a dia. Já a empresa, deve valorizar o esforço e respeitar os limites de seus subordinados. Além disso, é importante que ambos respeitem o limite entre o profissional e o pessoal.
Profissões de risco
A síndrome se manifesta especialmente em pessoas cuja profissão exige envolvimento interpessoal direto e intenso. Profissionais das áreas de educação, saúde, assistência social, recursos humanos, agentes penitenciários, bombeiros, policiais e mulheres que enfrentam dupla jornada correm risco maior de desenvolver o transtorno.
Fonte: Blog da Saúde
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