Alto nível de estresse afeta crianças e jovens escolares

Segundo o levantamento, entre 220 jovens, 19 - ou seja 8,6%, apresentaram o distúrbio, considerado um índice alto. Entre as causas estão o excesso de atividades e a pressão precoce por bom desempenho. Os especialistas ainda apontam que os jovens sofrem com a aplicação de provas no colégio, discussão com amigos, cobranças dos pais ou a perda de algum familiar.

A pesquisa foi realizada pelo grupo Cognição, Emoção e Comportamento. Para a mestre em Psicologia Fernanda Busnello, uma das coordenadoras do estudo, nenhum outro transtorno mental conta com níveis elevados como os que foram constatados. "Esse índice é muito alto se comparado a outros transtornos da adolescência", ressaltou. A hiperatividade infantil, por exemplo, atinge 5% da população jovem.

Entre os aspectos levantados, está o fato de as meninas serem mais estressadas que os meninos. Além disso, alunos reprovados apresentaram índices mais elevados em todos os sintomas de estresse. Segundo Fernanda, o problema tem relação com o baixo desempenho na escola e acaba causando sintomas como dor de cabeça, dificuldade para dormir e falta de concentração. Os jovens buscam alternativas próprias para conter o estresse, como autocontrole, afastamento e esquiva.

A especialista sugere que professores e familiares adotem medidas que auxiliem na prevenção do estresse. "Os pais devem acompanhar de perto os filhos. Já a escola deve usar ferramentas lúdicas adequadas à linguagem infantil", ressalta.

SINTOMAS DO DISTÚRBIO

- Dificuldade de concentração
- Lapsos de memória
- Pensamento negativo
- Falta de motivação
- Irritabilidade
- Baixa autoestima
- Perda ou ganho de peso
- Dores musculares
- Cansaço e frustração
- Insônia ou pouca qualidade no sono
- Problemas de relacionamento
- Baixo desempenho no trabalho
- Problemas sexuais
- Mudanças na menstruação

ESTATÍSTICAS PREOCUPANTES

- Estudo realizado pela Isma*, com público variado de 724 pessoas, revelou:
- 55% dos pesquisados tinham nível de estresse regular e preocupante.
- O trabalho é identificado como a maior fonte de estresse (61%).
- 81% apresentavam sintomas de dores musculares e dores de cabeça.
- 53% usam medicação para relaxar.
- A maioria (59%) aceita responsabilidades, mesmo já sobrecarregada.
- 64% do público pesquisado não apresentou peso proporcional à altura.
- O tecnoestresse aparece em 32%.

*International Stress Management Association



Fonte: Correio do Povo