O aumento de 3,9% nas mortes em rodovias federais durante as festas de fim de ano trouxe à tona uma triste realidade: apesar do endurecimento nas leis de trânsito, o país é incapaz de reduzir a tragédia em suas estradas. Dados preliminares do Ministério da Saúde mostram que 36.666 brasileiros perderam a vida em acidentes automobilísticos em 2008 — o equivalente a cem mortes por dia. Em sete anos, morreram nada menos que 247.722 brasileiros em acidentes de trânsito.
Daria, por exemplo, para lotar três estádios do tamanho do Maracanã.
O diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, admitiu ontem que deficiências no controle de velocidade e na sinalização contribuem para os altos índices de acidentes nas rodovias. Segundo levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF), 455 pessoas morreram nas estradas federais só nos 16 dias da Operação Fim de Ano. O diretor do Dnit afirma que a manutenção das estradas melhorou, mas reconhece que os investimentos não têm surtido o efeito desejado. Ele atribui boa parte dos problemas à ausência de radares na maior parte da malha rodoviária.
— A manutenção das rodovias tem melhorado a cada ano, mas ainda continuamos com um número muito alto de acidentes. A cobertura de radares e lombadas eletrônicas é muito deficiente, só existe nos municípios onde temos convênio com as prefeituras.
Estou angustiado para resolvermos logo esse problema — diz Pagot.
Há dois anos, o Dnit chegou a anunciar a instalação de 3 mil aparelhos.
Mas uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) flagrou indícios de irregularidades graves na licitação, o que motivou o cancelamento da compra. O diretor do órgão promete concluir nova concorrência nos próximos meses.
Sinalização precária nas rodovias do país
Segundo dados do Dnit, quase um terço das rodovias federais é reprovado nos testes da sinalização. Dos 56 mil quilômetros pavimentados, 18 mil (32,1%) apresentam problemas graves na indicação de curvas perigosas, limites de velocidade e proibição de ultrapassagens.
Pagot admite o problema e promete resolvê-lo até setembro. O pesquisador Paulo Fleury, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), diz que a ausência de sinalização é um dos principais fatores para o número elevado de mortes no trânsito.
— Os números de mortes nas estradas do Brasil são elevadíssimos. Se compararmos com outros países do mundo, o Brasil é campeão. O problema começa pelo fato de nossas estradas serem muito mal sinalizadas. Sinalização é básico para evitar acidentes — alerta o professor, que acusa o governo de gastar mais no tratamento de vítimas do trânsito do que em prevenção.
— É pena que o país dê como fato consumado esse número enorme de mortes. Não existe programa do governo federal voltado para a prevenção de acidentes nas estradas.
A Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) cobra mais rigor na punição a motoristas infratores. O médico Mauro Ribeiro, diretor da entidade, afirma que o brasileiro conta com a impunidade ao volante. Ele elogia a legislação de trânsito, mas diz que medidas mais duras, como a Lei Seca, perdem impacto com o tempo.
— No Brasil, quem é punido no trânsito pensa que é azarado, porque a maior parte das infrações fica sem castigo. O efeito inicial das leis é impressionante, mas parece que elas vão perdendo o encanto com o tempo.
Para Fleury, falta intensificar a fiscalização do uso de álcool: — A Lei Seca tem um impacto enorme nas cidades, mas não nas rodovias, onde você raramente vê uma blitz. A lei proíbe a venda de bebida alcoólica, mas ninguém obedece.
Fonte: O Globo
Daria, por exemplo, para lotar três estádios do tamanho do Maracanã.
O diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, admitiu ontem que deficiências no controle de velocidade e na sinalização contribuem para os altos índices de acidentes nas rodovias. Segundo levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF), 455 pessoas morreram nas estradas federais só nos 16 dias da Operação Fim de Ano. O diretor do Dnit afirma que a manutenção das estradas melhorou, mas reconhece que os investimentos não têm surtido o efeito desejado. Ele atribui boa parte dos problemas à ausência de radares na maior parte da malha rodoviária.
— A manutenção das rodovias tem melhorado a cada ano, mas ainda continuamos com um número muito alto de acidentes. A cobertura de radares e lombadas eletrônicas é muito deficiente, só existe nos municípios onde temos convênio com as prefeituras.
Estou angustiado para resolvermos logo esse problema — diz Pagot.
Há dois anos, o Dnit chegou a anunciar a instalação de 3 mil aparelhos.
Mas uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) flagrou indícios de irregularidades graves na licitação, o que motivou o cancelamento da compra. O diretor do órgão promete concluir nova concorrência nos próximos meses.
Sinalização precária nas rodovias do país
Segundo dados do Dnit, quase um terço das rodovias federais é reprovado nos testes da sinalização. Dos 56 mil quilômetros pavimentados, 18 mil (32,1%) apresentam problemas graves na indicação de curvas perigosas, limites de velocidade e proibição de ultrapassagens.
Pagot admite o problema e promete resolvê-lo até setembro. O pesquisador Paulo Fleury, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), diz que a ausência de sinalização é um dos principais fatores para o número elevado de mortes no trânsito.
— Os números de mortes nas estradas do Brasil são elevadíssimos. Se compararmos com outros países do mundo, o Brasil é campeão. O problema começa pelo fato de nossas estradas serem muito mal sinalizadas. Sinalização é básico para evitar acidentes — alerta o professor, que acusa o governo de gastar mais no tratamento de vítimas do trânsito do que em prevenção.
— É pena que o país dê como fato consumado esse número enorme de mortes. Não existe programa do governo federal voltado para a prevenção de acidentes nas estradas.
A Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) cobra mais rigor na punição a motoristas infratores. O médico Mauro Ribeiro, diretor da entidade, afirma que o brasileiro conta com a impunidade ao volante. Ele elogia a legislação de trânsito, mas diz que medidas mais duras, como a Lei Seca, perdem impacto com o tempo.
— No Brasil, quem é punido no trânsito pensa que é azarado, porque a maior parte das infrações fica sem castigo. O efeito inicial das leis é impressionante, mas parece que elas vão perdendo o encanto com o tempo.
Para Fleury, falta intensificar a fiscalização do uso de álcool: — A Lei Seca tem um impacto enorme nas cidades, mas não nas rodovias, onde você raramente vê uma blitz. A lei proíbe a venda de bebida alcoólica, mas ninguém obedece.
Fonte: O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por acessar o Psicoterapia Brasil!
Sua opinião é importante, será muito bem recebida e esperamos poder contar com ela sempre!