terça-feira, 23 de junho de 2009

Ter família estável é uma das bases do equilíbrio emocional

"Algumas crianças, mais do que outras, precisam de regular suas emoções no aprendizado", disse Marsha M. Linehan, psicóloga da Universidade de Washington, que criou o principal tratamento para o transtorno limítrofe. "Essas crianças precisam de muito esforço para se manter emocionalmente reguladas", disse Marsha. "Eles se saem melhor com a estabilidade. Se a situação familiar é caótica ou a família é rígida demais - ensinando as crianças a rir e a suportar a dor, que crianças duronas não choram -, essas crianças terão muitos problemas". Mesmo em uma família normal, essas crianças precisam de ajuda extra. Marsha conta que uma mãe uma vez lhe disse que buscou auxílio para lidar com seu filho. "Ela era uma mãe comum, e seu filho precisava de uma mãe especial.

Ela fez treinamento e tornou-se a mãe especial de que ele precisava", lembra a médica. O transtorno de personalidade limítrofe aflige cerca de 2% da população geral, segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico, e é duas vezes mais comum do que um distúrbio muito mais conhecido, a esquizofrenia. Alguns estudos sugerem que a ocorrência do transtorno chega a 6%. Muitos pacientes com o transtorno machucam a si próprios, e 10% morrem de suicídio. Apesar de ser um problema tão sério e comum, Marsha disse que os pacientes geralmente têm dificuldade de conseguir a ajuda de que precisam - em parte porque os terapeutas tendem a considerar esses pacientes como manipuladores, além de exigir uma quantidade incomum de tempo e atenção.

Valerie Porr, que é assistente social especializada em ajudar famílias de pacientes com o transtorno, afirmou que terapeutas com treinamento analítico tradicional normalmente oferecem um tratamento ineficaz, experimentando assim sentimentos de fracasso e frustração. "Medicamentos psicoterapêuticos não têm sido eficazes no controle do transtorno. Consequentemente, 70% desses pacientes abandonam os tratamentos tradicionais", disse Valerie. Ela ajuda famílias a aprenderem a lidar com o problema e não o piorarem. Segundo ela, as famílias precisam aprender por que os pacientes de transtorno de personalidade limítrofe agem e reagem assim. Os familiares deveriam responder de maneiras que validem os sentimentos dos pacientes e os ajudem a retomar e manter o controle emocional.

Fonte: O Tempo

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