terça-feira, 30 de junho de 2009

Morte de Jackson chama atenção para abuso de medicamentos

Um homem de 1,74 m, pesando apenas 51 kg. Os óculos escuros escondiam o olhar vago, perdido. Era Michael Jackson nos últimos tempos.

O cantor seria viciado em demerol - que no Brasil se chama dolantina. O medicamento - classificado como "opióide" - semelhante à morfina, é altamente viciante.

“Substitui o prazer do sexo, o prazer do dinheiro, qualquer prazer. Ele sente uma euforia. Dizem que a dolantina acaba com todas as dores, morais, psicológicas, físicas”, conta a psiquiatra Maria Thereza Aquino.

Mas o corpo é paulatinamente destruído.

“Qualquer coisa que a pessoa coma, ela sente uma plenitude muito grande. Por isso eles evitam comer”, acrescenta a psiquiatra.

O telefonema ao serviço de emergência dizia que Michael não estava mais respirando.

"Em dose elevada, ou o indivíduo suscetível a uma determinada dose pode levar uma parada respiratória”, destaca o psicofarmacologista Ricardo Santos.

Michael Jackson ainda foi levado para um hospital, mas o médico que cuidava dele, Conrad Murray, não estava junto. A polícia confiscou remédios que estavam no carro dele.

Um amigo de Michael Jackson, o médico e guru de autoajuda Dereck Chopra, acusa os médicos de celebridades, especialmente os médicos de Hollywood, de prescreverem drogas como analgésicos e anfetaminas sem nenhum critério, o que acabaria resultando em dependência desses clientes.

Há dois anos, um boletim da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes, que tem sede em Viena, já avisava que o abuso de medicamentos legais, com receita, estava superando o consumo de drogas ilegais como a heroína e a cocaína. Um dos países afetados por essa tendência mórbida é o Brasil.

O problema também acontece na Argentina, Coreia do Sul, Estados Unidos e Cingapura. A internet é uma das fontes: cerca de 84% das chamadas "ciberfarmácias" vendem tranquilizantes e 68% comercializam opiáceos.

Nos países em desenvolvimento, até 50% dos medicamentos podem ser pirateados, ou ter validade vencida, segundo a Organização Mundial da Saúde.

A psiquiatra lembra que remédios para diminuir o apetite podem deixar uma pessoa agitada. Alguns médicos, então, dão calmantes a esses pacientes. Essa combinação pode causar danos graves ao organismo.

A morte de Michael Jackson pode servir de alerta.

“As pessoas têm que ter muito cuidado, porque é uma droga que mata, é traiçoeira", diz a psiquiatra Maria Thereza Aquino.

Assista:


Fonte: Bom Dia Brasil

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