terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Crise intensifica 'dia mais deprimente do ano' para britânicos

Informação publicada no portal da agência BBC Brasil.

Os britânicos estão sentindo os efeitos da chamada Blue Monday (expressão que pode ser traduzida como "Segunda-feira Triste") de forma particularmente intensa neste ano, de acordo com especialistas em tendências de comportamento.
A Blue Monday é calculada de acordo com uma fórmula criada pelo psicólogo Cliff Arnall que leva em conta seis fatores para determinar o "dia mais deprimente do ano" na Grã-Bretanha. Em 2009, o dia identificado foi 19 de janeiro.

A fórmula usa como base o clima (o país vive um inverno longo e rigoroso), dívidas, o número de dias passados desde as festas de Natal, o número de dias passados desde que foram quebradas as resoluções de Ano Novo, baixos níveis de motivação e uma sensação de que é preciso tomar alguma atitude.

As notícias neste ano são ainda mais sombrias do que o próprio inverno, e o astral da população despencou, de acordo com pesquisadores.

"Verificamos um aumento vertiginoso na preocupação com a economia, com maior rapidez e nos níveis mais altos já registrados", afirmou o especialista em pesquisas de opinião Ben Page.

Incerteza

O que impressiona os especialistas é a rapidez como a população foi afetada emocionalmente, ou seja, a maneira rápida como a "crise de crédito" se transformou em uma "crise psicológica".

"Os níveis de incerteza são sem precedentes", avalia o executivo de uma agência de propaganda britânica, Ben Fennell. "Quando você tem os principais bancos falindo, ou correndo risco de falir, você está em uma situação completamente nova."

O especialista em pesquisas de opinião Page culpa, em parte, a imprensa pelo elevado nível de preocupação observado nos britânicos.

"Todo mundo está sendo convencido pela mídia de que existe um problema imenso com a economia, mesmo que sua empresa e seu emprego estejam absolutamente seguros", diz Page.

"Isso altera o comportamento das pessoas e transforma um problema psicológico em um problema real", acrescenta.

Padrões estabelecidos

Especialistas em comportamento humano avaliam que o problema pode piorar, porque crises tendem a seguir padrões estabelecidos.

A população lida bem com o problema nos primeiros três meses, depois, a atmosfera começa a se deteriorar, de acordo com pesquisadores.

"Existe a possibilidade de que a situação esteja pior em março e abril do que estava em setembro", afirma o psicólogo Dai Llewellyn.

As perspectivas não são nada animadoras, mas os especialistas dizem que, se o pior acontece, a maioria das pessoas consegue superar os problemas e dar a volta por cima.

"As pessoas se recuperam e dão a volta por cima muito mais rápido do que caíram", diz Llewellyn.

Segundo o psicólogo, esse pode ser um momento muito positivo na vida de algumas pessoas.

"Em períodos como esses, indivíduos podem ser muito mais positivos, criativos e otimistas", avalia. "E não estou falando de voltar ao normal, estou falando de sobreviver e se superar."

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