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segunda-feira, 21 de junho de 2010
Calamidade pública é decretada em 15 cidades de Alagoas; 1.087 estão desaparecidos
O Diario Oficial de Alagoas desta segunda-feira (21) traz publicado um decreto de estado de calamidade pública para 15 municípios atingidos pelas enchentes desde a última sexta-feira (18). O Estado já registra 19 mortes, 1.087 desaparecidos e 57.673 desabrigados e desalojados.
Integram a lista as cidades em calamidade pública: Quebrangulo, Santana do Mundaú, Joaquim Gomes, São José da Laje, União dos Palmares, Branquinha, Paulo Jacinto, Murici, Rio Largo, Viçosa, Atalaia, Cajueiro, Capela, Jacuípe e Satuba. Além deles, os municípios de Ibateguara, Jundiá, Matriz do Camaragibe e São Luiz do Quitunde decretaram estado de emergência. O prazo dos decretos é de 90 dias, podendo ser prorrogados por igual período.
O decreto de calamidade, assinado pelo governador Teotonio Vilela Filho, prevê a convocação de voluntários para "reforçar as ações de resposta ao desastre", e a realização de campanhas de arrecadação de recursos junto à comunidade. "As atividades serão cordenadas pela Coordenadoria da Defesa Civil", diz o texto. A medida também agiliza o envio de recursos estaduais e federais às prefeitruas, eliminando, por exemplo, a necessidade de licitações.
Segundo último relatório da Defesa Civil, Alagoas tem 19 mortes desde o inicio deste sábado. Foram confirmadas mortes em União dos Palamares (6), Rio Largo (3), Branquinha (3), São Luiz do Quitunde (3), Santana do Mundaú (2), Paulo Jacinto (1) e Joaquim Gomes (1).
O número de pessoas desaparecidas também não para de crescer. A Defesa Civil informou que ainda procura por 1.087 desaparecidos, sendo que estimativa é que mil deles estejam no município de União dos Palmares, o mais atingido pelas enchentes. A cidade, com 62 mil habitantes a 72 km de Maceió, está a mais de 48 horas sem energia elétrica e teve a grande maioria de edificações destruídas. Braquinha (50) e Rio Largo (30) também possuem números elevados de desaparecidos. As buscas continuam nesta segunda-feira com seis helicópteros.
Já o número de desabrigados e desalojados no Estado chegou a 57.673, além de 4.508 pessoas que deixaram as casas provisoriamente. Segundo o Estado, 21 cidades foram afetadas pelas chuvas, e 15 delas decretaram estado de calamidade pública. O número de casas destruídas já passa de 5.200. Muitos municípios não concluíram o relatório de danos e ainda não informaram os dados precisos.
Neste domingo, o governador sobrevoou os municípios atingidos pela chuva e conversou com os prefeitos das cidades castigadas pela enchentes dos rios Canhoto, Camaragibe, Paraíba, Mundaú e Jacuípe. "É muito importante que o alagoano ajude nessa hora. Estamos vivendo uma situação dramática”, afirmou.
A Secretaria de Estado de Saúde distribuiu mais de 200 mil unidades de remédios, soro fisiológico e luvas para atendimento às vítimas das enchentes. O número de feridos não foi divulgado. Já a Polícia Rodoviária Federal informa que a BR-101 continua interditada em dois pontos, nos municípios de Novo Lino e Rio Largo.
A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros de Alagoas lançaram uma campanha para receber doações de agasalhos, comida e água. Todas as sedes dos Bombeiros, do Exército e da secretarias de Estado estão recebendo donativos. Uma conta bacária ainda deve ser aberta para receber doações em dinheiro de pessoas de outros Estados. "Nossa maior preocupação é comida e água potável, que estão faltando nas cidades", disse o coordenador da Defesa Civil, Neitônio Freias.
Hospital de campanha e MP
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu enviar recursos federais e criar um hospital de campanha para ajudar as vítimas das chuvas que atingem Pernambuco e Alagoas desde a semana passada. Até o momento, 31 pessoas morreram nos dois Estados (12 em Pernambuco e 19 em Alagoas) e mais de 70 mil estão desabrigadas.
“O primeiro cuidado é salvar vidas. O hospital de Palmares [em Pernambuco, na divisa com Alagoas] foi totalmente alagado. Nós estamos preparando um hospital de campanha da Aeronáutica para mandar para lá, e vamos ver, a partir de agora, como é que baixa a água para gente poder começar a limpar a cidade”, afirmou Lula nesta segunda-feira (21), durante o seu programa de rádio Café com o Presidente.
Lula ainda afirmou que enviou, no sábado, três ministros [dos Transportes, das Cidades e da Integração Nacional] para que analisassem o tamanho do prejuízo e o que poderia ser feito emergencialmente. Ele prometeu envio de recursos o mais breve possível para apoiar os Estados.“Ainda ontem [domingo] à noite eu conversei com o governador de Alagoas [Teotonio Vilela Filho], conversei com o governador de Pernambuco [Eduardo Campos]. Certamente eles irão hoje à Brasília para que a gente possa conversar, para que a gente faça a MP [medida provisória] para liberar recursos para tentar evitar um mal maior. A chuva foi muito pesada. Tem muita gente desabrigada, tanto em Pernambuco quanto em Alagoas. Em Alagoas, ainda ontem o governador me avisou que tem mil pessoas desaparecidas. Tem muitas cidades que a água está cobrindo os telhados das casas”
O presidente ainda explicou que a reconstrução das casas só poderá ser feita num segundo momento, quando o nível da água baixar e todos os feridos forem atendidos. “Nós temos que esperar agora a água baixar para gente poder fazer o levantamento real dos prejuízos e ver aquilo que a gente pode fazer. Teve várias pontes que caíram, inclusive de estradas que nós estávamos construindo, que vai levar algum tempo para recuperar, mas nós temos que trabalhar com toda a urgência. Eu tenho certeza que nós vamos dar conta”, garantiu.
Fonte: Uol
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