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sexta-feira, 15 de março de 2013

Desastres naturais causaram prejuízo de 138 bilhões de dólares, calcula ONU

O Escritório da ONU para a Redução do Risco de Desastres (UNISDR) afirmou nesta quinta-feira (14) que, pela primeira vez na história, ocorreram perdas econômicas anuais de mais de 100 bilhões de dólares por três anos consecutivos. As perdas se deram, segundo a agência, ao um enorme aumento de exposição de bens industriais e de propriedade privada em eventos de desastres extremos.

Em uma coletiva de imprensa em Genebra, a Diretora do UNISDR, Elizabeth Longworth, disse que uma revisão das perdas econômicas causadas por eventos de grandes desastres desde 1980 mostra que desde meados da década de 90 tem havido um aumento nos prejuízos econômicos, se transformando em uma tendência ascendente confirmada pelas perdas do ano passado.

Mesmo sem nenhum grande desastre, como um grande terremoto urbano, Longworth lembrou que as perdas econômicas – em estimativas conservadoras – foram de 138 bilhões de dólares.

Esse índice já atingiu esse patamar em nove ocasiões desde então, incluindo os últimos três anos: 2010 (138 bilhões), 2011 (371 bilhões) e 2012 (138 bilhões). Em 2012, cerca de 310 desastres mataram mais de 9.300 pessoas, afetando outras 106 milhões. Os danos atingiram principalmente Estados Unidos, Itália e China.

O ano foi particularmente acentuado pelo fato de que não houve desastres de grandes proporções, em termos de impacto humano. O pior caso foi o tufão Bopha, que atingiu as Filipinas em dezembro, com mais de 1.900 mortos e desaparecidos. A Ásia, mais uma vez, mostrou-se a região mais propensa a desastres do mundo, tanto em termos do número de desastres quanto do número de vítimas.

Por outro lado, 63% das perdas econômicas foram nas Américas, principalmente devido ao furacão Sandy (50 bilhões de dólares) e à seca (20 bilhões). A Europa foi atingida por duas longas ondas de frio no início e no final do ano, matando quase mil pessoas, enquanto a África foi severamente afetada pela seca, mas também por inundações como a da Nigéria, com mais de 300 vidas perdidas.

“Globalmente, a maioria das vítimas deste ano foram de inundações e secas, responsáveis por quase 80% de todas as vítimas. Mas como ocorreram em países mais pobres, as perdas econômicas são baixas”, destacou a professora Debby Guha-Sapir, Diretora do Centro para Pesquisa em Epidemiologia de Desastres (CRED) na Universidade de Louvain, na Bélgica.

“Mesmo assim, as inundações do Paquistão custaram cerca de 2% de seu PIB anual, um valor muito grande para ser recuperado. Os desastres são um grande problema em todos os países pobres e ameaças à segurança global. Eles devem ser levados a sério”, completou Guha-Sapir.

Acesse o banco de dados do CRED (em inglês).

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Terremoto e Tsunami no Chile: Trauma


O neuropsiquiatra chileno Rodrigo Paz detalhou à BBC Mundo as sequelas psicológicas e psiquiátricas do terremoto de 2010 no país:

Em um nível psicológico, encontramos um país que experimentou o trauma de um desastre de enormes proporções. A tragédia deixou na população uma sensação de grande insegurança uma vez que a natureza é imprevisível. Além disso, as pessoas consideram que o estado chileno não tem estrutura capaz de proteger as vítimas. Como resultado, gera-se um clima de ansiedade e vulnerabilidade.

Em um nível psiquiátrico, vemos pacientes psiquiátricos que sofrem de doenças neuropsiquiátricas, total ou parcialmente estabilizadas, ter uma recaída e permanecerem com tais sintomas até hoje. Além disso, constatamos diversos casos de pessoas previamente saudáveis, nas quais o evento traumático desencadeou transtornos psiquiátricos após a tragédia.

Os sintomas comuns são ansiedade e depressão patológica (falta crônica de energia, depressão, ataques de pânico, sono excessivo e pouco apetite). Menos frequentes são os fenômenos de stress pós-traumático em que os pacientes tendem a se lembrar das imagens ou sensações corporais associadas com o evento e desenvolver fobias, como por exemplo, não querer voltar a viver nas suas casas antigas, em lugares altos ou próximos da costa, etc).

Cerca de 70% das pessoas podem superar os temores desencadeados a partir do trauma sem ajuda profissional. No entanto, os 30% restantes desenvolvem sintomas de ansiedade crônica, associados a transtornos depressivos e, às vezes, a fobias.

Aproximadamente 80% dos transtornos associados à exposição ao desastre devem ser tratados com a ajuda de remédios específicos para controlar a ansiedade e depressão.

Dois anos após terremoto, Chile ainda tenta se recuperar de sequelas do desastre

A sinalização multiplica-se por todas as cidades da longa costa do Chile. A mensagem é sempre a mesma: terremoto e tsunami, perigo mortal. As placas, no entanto, não alertam sobre o grande mal que afeta muitos chilenos após essas tragédias naturais, o trauma psicológico.

Desde 27 de fevereiro de 2010, quando o país foi abalado pelo pior terremoto de sua história em 50 anos e por um tsunami, pouco mais de meia hora depois, o governo chileno instalou inúmeros avisos nas áreas turísticas do litoral. As placas contem indicações do que fazer no caso de uma fuga em massa.

"Algumas coisas mudaram para nós que trabalhamos nas áreas turísticas da costa. Tivemos inúmeros casos de pessoas que preferiram deixar de vir aqui por medo de um novo tsunami", disse à BBC a chilena Viviana (nome usado para proteger sua identidade), uma gerente de um hotel perto de Algarrobo, cidade da Província de San Antonio, na região de Valparaíso.

"Ouvimos muitas vezes de proprietários de casas de veraneio aqui que pararam de vir para o litoral porque têm medo (de uma nova catástrofe), principalmente, quando veem especialistas de terremotos na televisão", disse.

O Chile tem pouco a pouco reconstruído a infraestrutura destruída após o terremoto de 2010, enquanto a população do país ainda contabiliza as perdas.

Menos visíveis, contudo, são as cicatrizes deixadas pela tragédia.

"Faço cerca de 40 consultas por dia, de segunda a sábado, atendendo crianças, adolescentes e adultos. Pelo menos 30% dos meus pacientes buscam ajuda para tentar superar o dano psicológico causado pelo terremoto ", afirmou à BBC o neuropsiquiatra Rodrigo Paz.

"Muitos desses pacientes não sofriam de nenhum transtorno psiquiátrico antes da catástrofe. Para aqueles que já padeciam de alguma neurose, tiveram seus quadros agravados", acrescentou.

Sequelas

Os sintomas mais comuns apresentados pelos pacientes são insônia, depressão e falta de desejo sexual, enumera Paz.

"Há também uma pequena porcentagem de pacientes que tende a reagir de forma desproporcional sempre que sente um novo tremor. Na maioria das vezes, o medo é tanto que eles querem mudar de casa ou mesmo nunca mais viajar ao litoral", disse.

"A experiência do Chile é semelhante à experiência de outros países afetados por desastres naturais. A literatura médica conta que entre 30% e 40% da população diretamente afetada por um desastre desse tipo frequentemente desenvolve transtornos psicológicos", afirmou Rodrigo Figueroa, diretor do Centro Intervenção em Trauma, Stress e Desastres (Cited, na sigla em espanhol), em Santiago.

"Aconteceu aqui exatamente o que a teoria diz. Seis meses após o terremoto, fizemos um estudo com base nos dados dos domicílios chilenos (Casen), que englobam entre 20 mil a 30 mil pessoas, e concluímos que pelo menos 11% das amostragens apresentaram stress pós-traumático ", disse Figueroa.

Estima-se que aproximadamente 80% dos chilenos foram afetados em maior ou menor grau pelo sismo de 2010.

Entretanto, foram as pessoas que viviam nas áreas costeiras próximas ao epicentro do terremoto e, posteriormente atingidas pelo tsunami, quem apresentaram os maiores danos psicológicos e psiquiátricos.

O estudo indica que em vilarejos próximas ao litoral, como Conceição ou Talca, cerca de 25% da população foi diagnosticada com stress pós-traumático.

"Além disso, um terço das pessoas com stress pós-traumático (aproximadamente 8% do total) apresenta uma condição crônica do sintoma. Esse número é assombroso, porque, em um cenário de desastre natural, essa patologia atinge apenas 2,4% da população", acrescenta Figueroa.

"Tal condição leva a grandes perdas de produtividade, um aumento na taxa de suicídio e problemas de alcoolismo ", diz o especialista.

Pânico
Desde o terremoto, informações geológicas começaram a ocupar uma posição importante no noticiário do país.

Mas entre os reconhecidos especialistas convidados a discorrer sobre o tema, há aqueles que não passam de charlatões.

Um desses comentaristas, que apareceu recentemente em um programa de televisão sobre celebridades, chegou a prever um novo terremoto, o que disseminou pânico entre os telespectadores.

Entretanto, Sérgio Barrientos, um dos especialistas mais consultados pela imprensa chilena, vê com bons olhos a circulação de informação sobre os terremotos.

"Depois do sismo, houve uma maior procura de informação não apenas de jornalistas, mas de autoridades e da população em geral, que nos pedem apresentações ou palestras para entender mais sobre esses fenômenos", afirmou Barrientos à BBC.

Prova disso é que o site do departamento de Geologia e Geofísica da Universidade do Chile, onde Barrientos trabalha com professor, recebe milhões de acessos a cada vez que um novo terremoto atinge o país, independentemente de sua magnitude.

"Nosso foco é fornecer mais informações para contribuir para a educação da população, porque quanto maior for o conhecimento da população, menos suscetível ela está em consumir informações incorretas", afirmou.

Informações publicadas no portal BBC.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Artigo: Durban


A conferência de Durban

"Guerras são decididas no campo de batalha, e não nas conferências de paz" - frase atribuída a Stalin, que sabia do que estava falando. O que ocorreu na conferência sobre o clima em Durban, no começo do mês, é um bom exemplo de situação parecida. Batalhas estão sendo travadas em inúmeros países, onde não só os ambientalistas, mas os melhores dos cientistas têm alertado continuamente seus governos a respeito das consequências nefastas da emissão de gases que estão aquecendo a Terra e mudando o clima.

A conferência sobre o clima no Rio de Janeiro em 1992 reconheceu, pela primeira vez na História, a gravidade do problema e a necessidade de tomar medidas para evitar um aumento da temperatura do planeta que tivesse consequências catastróficas. Mas entre reconhecer o problema e atuar efetivamente para evitá-lo há uma grande diferença, e as negociações sobre o clima nos últimos 20 anos mostram bem qual é ela.

Todos os anos os países que aderiram à Convenção do Clima - hoje são 194 -, adotada em 1992, se reúnem numa chamada Conferência das Partes em alguma cidade do mundo. Este ano a reunião, a 17.ª, foi em Durban, na África do Sul. Daí o nome COP-17.

A última vez que se chegou a um acordo sobre o que fazer foi em 1997, quando se adotou o Protocolo de Kyoto, pelo qual os países industrializados se comprometeram a reduzir as suas emissões até 2012 e os demais países (em desenvolvimento) foram isentos desses compromissos. Esse acordo foi rejeitado logo no ano seguinte pelo Senado dos Estados Unidos. O motivo alegado foi o de que era injusto, para os Estados Unidos, adotar mudanças para reduzir as suas emissões enquanto outros grandes emissores, entre os países em desenvolvimento, como a China, a Índia e o Brasil, ficaram livres da obrigação de reduzi-las. As reduções fixadas pelo Protocolo de Kyoto são mandatórias, isto é, obrigatórias. Porém somente os países da União Europeia - que representam cerca de 15% das emissões globais - aderiram plenamente a ele.

Durante estes 20 anos desde a Rio-92, os cientistas e ambientalistas de muitos países se esforçam para convencer os seus governos de que mais precisa ser feito. Com a eleição do presidente Barack Obama, em 2008, surgiram expectativas de que os Estados Unidos viessem a adotar medidas sérias de redução de suas emissões e eventualmente aderissem ao protocolo. A Câmara dos Deputados daquele país aprovou uma lei que levava a esse resultado, mas as mudanças políticas naquele país em 2010 impediram que a lei fosse submetida ao Senado.

Em outros países, como o Brasil, houve também um grande esforço no mesmo sentido.

As expectativas de se chegar a um novo acordo que estendesse o Protocolo de Kyoto, com a ampliação do número de países que aceitassem reduções, acabariam na COP-15, em Copenhague, no ano de 2009. No texto do acordo, "reduções obrigatórias" das emissões pelos países foram substituídas por "reduções voluntárias", o que desfigurou completamente o processo.

O Estado de São Paulo adotou leis adequadas, mas o governo federal preferiu optar por metas voluntárias, que são até difíceis de entender, ainda mais num país onde leis ambientais mandatórias relativas às áreas de preservação permanente das florestas não são obedecidas.

Globalmente, as emissões já aumentaram 50% desde 1992, e as emissões da China já superaram as dos Estados Unidos.

Em Durban, a China e o Brasil evoluíram para uma posição na qual reconhecem que todos os países - e não somente os industrializados - precisam reduzir suas emissões, a única que o bom senso recomenda. A Índia resistiu, argumentando que tem muita pobreza e "450 milhões de pessoas ainda não têm acesso à energia". Esse argumento, que era usado até agora por todos os países em desenvolvimento, não se sustentou justamente porque a China e o Brasil estão resolvendo os problemas da pobreza e o acesso dos mais pobres à energia. Além disso, a economia chinesa e a brasileira, mesmo em etapa de crescimento, estão se tornando mais eficientes, exigindo menos combustíveis fósseis e ampliando o uso de energias renováveis. Melhor governança e tecnologias mais eficientes são o exemplo dado pela China e pelo Brasil.

O resultado é que, em Durban, ficou decidido que será negociado um novo protocolo, que deverá ser adotado até 2015, para entrar em vigor em 2020, pelo qual todos os países, industrializados e não industrializados, assumirão compromissos obrigatórios - "instrumentos com força legal", na linguagem dos negociadores. A linguagem dúbia do Protocolo de Kyoto, que fala de "responsabilidades comuns, mas diferenciadas" (e sempre foi usada pela China, pela Índia e pelo Brasil para não assumirem responsabilidade alguma), foi eliminada.

Apesar das suas limitações, o Protocolo de Kyoto foi prorrogado até ser substituído por outro mais abrangente. Em outras palavras, o problema foi jogado dez anos para a frente, o que é claramente inadequado, porque muito carbono que poderia ser evitado será lançado na atmosfera durante os próximos nove anos (até 2020).

O fundamental, contudo, é que o problema das emissões de carbono, daqui para a frente, é claramente de todos, e não somente dos países industrializados. Se há algo que não tem fronteiras são as emissões de carbono, bem como suas consequências. Essa decisão vai reforçar a posição daqueles que em seus países têm proposto políticas públicas com força de lei para reduzir as emissões, para o que já existem tecnologias disponíveis.

Após Durban, a luta contra o aquecimento global volta aos campos de batalha em cada um dos países, que montarão suas estratégias para cumprir as metas que serão negociadas até 2015.

Autor: José Goldemberg
(professor da USP, foi secretário do Meio Ambiente da Presidência da República e do Governo do Estado de São Paulo).
Publicado no jornal O Estado de S. Paulo.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

COP adiou problema, dizem especialistas

Especialistas afirmam que uma promessa de acordo global com metas obrigatórias para 2020 - resultado da última Conferência do Clima da ONU (a COP-17) - dificulta o combate às mudanças climáticas.

"Não entendo porque estão chamando isso de acordo histórico. Minha impressão é de que o mínimo necessário para sinalizar que os países terão de mudar seu comportamento econômico não foi feito", afirma o professor da área de sociologia econômica da Faculdade de Economia e Administração da USP (FEA/USP)Ricardo Abramovay.

"Essa euforia está vinculada ao fato de que não havia expectativa para o segundo período do Protocolo de Kyoto", diz Osvaldo Stella, pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

Para Abramovay, o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) relativiza as reduções.

"As reduções de emissão por unidade de PIB são relativas. A eficiência do sistema econômico em termos de emissões está aumentando e hoje emitimos 30% menos por unidade de dólar que em 1980. Mas, como o PIB global não para de crescer, continuamos emitido muito."

Problema acumulado. Para o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Philip Fearnside, é bastante grave que não haja um acordo vinculante para antes de 2020. "O que estava sendo discutido era, pelo menos, honrar os compromissos assumidos em Copenhague, na COP-15. Se não fizermos nada até 2020, vai ficar muito mais difícil atingir metas futuras", avalia.

Abramovay concorda. "No ano passado, a Price Waterhouse calculou que, para evitarmos o aumento da temperatura, cada unidade monetária teria de ser produzida com 4,7% menos carbono que no ano anterior ao longo dos próximos 50 anos. Se você não atinge o que deveria, a cada ano a taxa de redução de emissões terá de ser maior."

Amazônia. Fearnside chama atenção para a Amazônia. "É preciso restringir a quantidade de emissões a, pelo menos, 400 partes por milhão em volume (ppmv). O número mais citado hoje é 450 ppmv. Com esse número, a Amazônia vai sofrer com secas e queimadas."

Stella, do Ipam, diz que a reunião tem um saldo bom: ter derrubado o paradigma dos países do Anexo 1 (industrializados). "É positivo que todos os países tenham de se comprometer com metas obrigatórias depois de 2020, mas o acordo ficou muito aquém do necessário, sobretudo a prorrogação do Protocolo de Kyoto. Antes, os países do chamado anexo 1 representavam 30% das emissões globais. Com a saída de Japão, Rússia e Canadá, esse porcentual caiu para 15%", afirma.

Publicado no jornal O Estado de São Paulo.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Passos dados em Durban

A luta contra o aquecimento global se arrasta há 17 anos. Sob o patrocínio das Nações Unidas, quase 200 países se reúnem anualmente para buscar acordo sobre um dos mais sérios problemas que desafiam a humanidade — o aquecimento do planeta. Encontro após encontro, somaram-se decepções e ampliaram-se as dificuldades. Tornou-se tarefa hercúlea alcançar as metas que freariam a escalada da temperatura média global nos 2º Celsius.

Durban deu passo importante em direção a esse objetivo. A 17ª Convenção de Mudanças Climáticas da ONU, encerrada no domingo, depois de dois dias da data prevista, conseguiu chegar a consenso. Os países, sem discriminação, se comprometeram a adotar metas obrigatórias de controle da emissão de carbono. Antes, só os ricos eram submetidos a tal compromisso. (Por essa razão, os Estados Unidos não ratificaram o acordo.) Os pobres e os emergentes ficavam livres da camisa de força. Agora a obrigação é democrática. A implementação se fará até 2020.

Outro acerto importante foi a aprovação da continuidade do Protocolo de Kyoto — cuja vigência se esgotaria em 2012. Trata-se, vale lembrar, de uma das principais teses defendidas pelo Brasil para evitar o vácuo que se prenunciava. Até 2015 deverá estar pronto o acordo que vai suceder o tratado, no qual entrarão as especificações a serem seguidas por nações centrais e periféricas.

Os críticos reconhecem a importância do acerto, mas censuram o ritmo — muito moroso diante das urgências climáticas. Só daqui a nove anos começará a imperar a obrigatoriedade. Temem que a lentidão das decisões internacionais contribua para a deterioração do clima. Mais: o encontro de Copenhague, há dois anos, criou o fundo de financiamento das ações no campo das mudanças climáticas. Mas os recursos não chegaram.

Embora tenham razão, é injusto afirmar que Durban foi um fracasso. Não foi.

Houve progressos importantes em relação a cúpulas anteriores que nada avançaram. Entre elas, sobressai a obrigatoriedade de os países se enquadrarem nas metas obrigatórias. É verdade que o texto se caracteriza por certa vagueza, própria dos acordos internacionais.

Fica no ar o compromisso real de cada nação com o novo marco. Todos se obrigam a cumprir metas, mas não se sabe quais. Até 2015, o pacto deverá ganhar concretude. O traçado do mapa do caminho está pronto. Não significa, porém, que será seguido. A experiência recomenda cautela e temor. Impõe-se que no acordo de 2015 os países sejam mais claros no caminho a percorrer. Em bom português: que se alinhem com a urgência das mudanças climáticas.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Mudanças climáticas vitimam mais mulheres que homens, diz Pnuma

Estudo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente diz que mulheres, especialmente em países pobres, enfrentam riscos elevados de saúde e subsistência.

Um relatório das Nações Unidas sobre os efeitos da mudança climática, sobre os seres humanos, sugere que as mulheres são mais vulneráveis ao fenômeno que os homens.

O levantamento “ Mulheres na Linha de Frente da Mudança Climática: Riscos e Esperanças de Gênero”, foi lançado, nesta terça-feira, na Conferência sobre Mudança Climática, COP 17, em Durban, na África do Sul.

Efeitos Extremos

O relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, afirma que mulheres, que vivem em regiões montanhosas, em países pobres, enfrentam mais riscos de saúde e subsistência que em outras áreas.

O Pnuma também cita o crime do tráfico humano como um dos riscos. Muitas pessoas fogem de suas casas por causa de efeitos extremos da mudança climática. E nessas situações, os casos de tráfico costumam aumentar em até 30%.

Tecnologias Limpas

Especialistas, que participaram do relatório, recomendaram investimentos em economia verde, tecnologias limpas e mais ações de combate as emissões de CO2.

Entre 1999 e 2008, mais de 1 bilhão de pessoas na Ásia sofreram com inundações. As mudanças climáticas também atingiram dezenas de milhões nas Américas e na África.

O relatório conclui que em áreas, onde a mão-de-obra feminina é maior, na África e na Ásia, o impacto de desastres naturais se amplia prejudicando rendimentos, alimentação e a saúde das mulheres.

Na África, elas são responsáveis por 75% da produção de alimentos e na Ásia por 6%.

A falta de medidas como salva-vidas e técnicas de primeiros-socorros fazem com as mulheres tenham mais chances de morrer durante desastres naturais que homens.

Divulgado através da Rádio ONU.

sábado, 19 de novembro de 2011

Japão: A Tragédia - Parte 1

No dia 11 de março, um terremoto de magnitude 9 na Escala Richter atingiu o Japão seguido de um maremoto devastador que engoliu cidades costeiras e redesenhou o mapa do país. O número de vítimas é impreciso, mas calcula-se que passem longe de dez mil pessoas. Como se não bastasse, danos na usina nuclear de Fukushima, no nordeste do país, provocaram vazamento de material radioativo em proporções ainda não identificadas.

Parte 1.


Material produzido pela Band Tv.