segunda-feira, 21 de junho de 2010

Fechamento de sanatório foi tema de discussão da Jornada de Psiquiatria no Piauí

No último dia (19) da Jornada Nordestina de Psiquiatria, em Terezina, os conferencistas tiveram como norte de discussão o fechamento dos hospitais de atendimento a pessoas com doenças mentais. Na ocasião, o sanatório Meduna, hospital de referência no Estado, foi citado como exemplo de centro de saúde que fechou as portas no mês de maio. Com isso, 200 pacientes deixaram de ser atendidos. O motivo, de acordo com a direção do sanatório, eram as condições de funcionamento e estrutura física do hospital e falta de profissionais.

Para garantir atendimento médico psiquiátrico, o Ministério Público firmou um termo de compromisso com representantes da área de saúde do Estado e da Prefeitura Municipal de Teresina. E a solução encontrada foi criação de novos leitos nos seus respectivos hospitais e Centro de Apoio Psicossocial (CAPS).

Para o presidente da Associação de Psiquiatria do Piauí, Ediwyrton Freitas, a ação do Ministério Público é eficiente no Estado, e isso dá segurança no atendimento e vigilâncias dos serviços prestados na rede pública de saúde. Ele mencionou ainda a importância da abertura de sistemas complementares de atendimento aos pacientes, mas que não há qualidade e quantidade suficientes de leitos nos hospitais no âmbito municipal de estadual.

"Criar novos centros de atendimento é fundamental. Mas não é coerente se fechar os já existentes no Estado por falta de condições estruturais e falta de profissionais. É possível que mais um hospital de referência, o Areolino de Abreu, também venha, futuramente, a fechar as portas", comentou Ediwyrton Freitas. Ele mencionou que, de janeiro para cá, o noticiário local divulgou com freqüência reportagens que relatavam mortes de pessoas que necessitavam de atendimento médico psiquiátrico.

"Se não há local destinado a este tipo de tratamento com profissionais gabaritados, ainda veremos muitas reportagens noticiando estes óbitos", contou o presidente da Associação de Psiquiatria do Piauí.

A promotora Claudia Seabra, do Ministério Público do Piauí, disse que hoje se vivem problemas de gerenciamento na saúde pública do estado, pois nos CAPS faltam profissionais da área de psiquiatria e enfermagem. "Os problemas de gestão são maléficos a população", disse a promotora. Para ela, há um contra-senso nos dados da saúde do Piauí. "Nossos índices são os menores do país, no entanto, temos uma das maiores coberturas de estratégias de saúde do Brasil, que chega a 97%", declarou.
A VIII Jornada de Psiquiatria do Piauí aconteceu juntamente com a XIV Jornada Nordestina de Psiquiatria. A programação do evento contou com conferências e mesas redondas que tiveram a frente nomes renomadas da psiquiatria nacional.

Fonte:180

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