segunda-feira, 5 de julho de 2010

Grupos de ajuda mútua para pacientes psiquiátricos são aprovados em conferência de saúde mental

A Conferência Nacional de Saúde Mental, realizada em Brasília, terminou na sexta-feira (2) com a aprovação da criação de grupos de ajuda mútua para pacientes psiquiátricos.

No estilo dos Alcoólicos Anônimos, os grupos de até 20 pacientes com transtornos mentais se reúnem para discutir sobre os problemas do dia a dia e achar soluções para enfrentá-los. A proposta foi adiantada em reportagem da Folha.

Um projeto-piloto já está em andamento no Rio, com financiamento do Ministério da Saúde. A ideia, agora, é espalhar esses grupos pelo país.

O aumento no número de CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) também foi aprovado. Hoje, há 1.541 centros no país. Segundo nota do ministério, serão criados mais CAPS que funcionam 24 horas, para acolher pacientes em crise.

O atendimento nesses centros tem como foco a socialização dos doentes com esquizofrenia e outros transtornos mentais. O modelo vem substituindo a internação manicomial e faz parte da reforma psiquiátrica, inciada em 2001.

A atuação de recém-formados na área da saúde mental na rede pública é outra proposta que deve ser incluída no relatório da conferência.

CRÍTICAS

A Associação Brasileira de Psiquiatria divulgou uma nota à imprensa criticando alguns pontos da reforma psiquiátrica.

De acordo com o documento, a chamada "humanização" do atendimento prejudica a atenção à população.

Para a associação, os CAPS não são capazes de atender todas as necessidades dos doentes. "Um leito no CAPS não substitui outro em hospital geral ou mesmo em hospital especializado", diz a nota.

Ainda segundo a associação, os CAPS deveriam fazer parte uma rede composta por unidades básicas de saúde, unidades de emergência, ambulatórios e hospitais especializados.

O documento cita uma pesquisa do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, que analisou 85 CAPS no Estado. O estudo mostra que há problemas com falta de estrutura para internações e emergências.

Segundo a associação de psiquiatria, isso prejudica o atendimento, especialmente aos dependentes químicos.

Fonte: Folha.Com

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