quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Pernambuco recebe intervenção em saúde mental

Associação Brasileira de Psiquiatria, Sociedade Pernambucana de Psiquiatria e governo do Estado levam programa de prevenção de transtornos mentais à Pernambuco.

As fortes chuvas que atingiram o Estado de Pernambuco, em junho deste ano, além de causar grande dano material, deixaram centenas de famílias desabrigadas ou desalojadas. Estimativas da Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco apontam que 80 mil pessoas foram prejudicadas diretamente e 10 mil estão vivendo em abrigos. Também, 39 municípios declararam situação de emergência ou calamidade pública.


O município de Palmares foi um dos mais atingidos pelas chuvas.

Considerando a situação de vulnerabilidade destas pessoas, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a Sociedade Pernambucana de Psiquiatria (SPP) e o Governo do Estado de Pernambuco assinam na próxima quinta-feira, 19, às 15h, no Palácio do Governo, um contrato de cooperação para a implantação do “Programa de Prevenção de Transtornos Mentais após Catástrofes”.


Os desabrigados foram instalados em acampamentos.

“A iniciativa mostra a seriedade e comprometimento com a saúde mental, que tramita em todos os aspectos da vida do cidadão. Investir na saúde mental da população é também garantir mais qualidade de vida”, comenta João Alberto Carvalho, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

O programa de intervenção em catástrofes, que tem como objetivo treinar e capacitar os cuidadores – ou seja, as equipes que atuam diretamente com a população, como defesa civil, voluntários, enfermeiros, assistentes sociais e outros profissionais – é baseado no “Protocolo de Atenção às Populações Atingidas por Desastres de Origens Naturais”, da Associação Americana de Psiquiatria e Unesco.

A intervenção, que acontece somente após 60 a 90 dias da catástrofe, foi desenvolvida para oferecer resiliência às pessoas. “Resiliência é lidar com seus limites, impotência e perda de maneira saudável, fundamental para a reconstrução não só das cidades como das pessoas”, explica José Toufic Thomé, coordenador da Comissão Técnica sobre Intervenções em Desastres e Catástrofes da ABP.

A iniciativa prevê a colaboração de voluntários e já conta com 15 psiquiatras associados ABP/SPP da região Nordeste que se inscreveram para participar do programa e dispostos a treinar as equipes de atendimento.

“Temos a melhor convicção da seriedade e capacidade da psiquiatria aqui do Estado e este é um momento em que a população precisa de nosso trabalho, além da ajuda material que está sendo oferecida. Nosso conhecimento deve estar disponível para auxiliar a população atingida”, resume Antônio Peregrino, presidente da Sociedade Pernambucana de Psiquiatria (SPP).

O Programa de Prevenção de Transtornos Mentais após Catástrofes

Após a tragédia provocada pelo furacão Katrina, nos Estados Unidos, a Associação Mundial de Psiquiatria e a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), criaram um Comitê para Intervenções em Catástrofes no que tange à saúde mental. A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) encampou a ideia e criou a Comissão Técnica de Diretrizes para a Intervenção em Catástrofes com o objetivo de auxiliar nos casos de catástrofes no Brasil.

Fonte: ABP

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