sexta-feira, 4 de setembro de 2015


11ª Conferência Mundial da Cátedra UNESCO de Bioética.
Nos dias 20, 21 e 22 de outubro, a Cátedra UNESCO de Bioética realizará a 11ª edição da tradicional Conferência Mundial sobre Bioética, Ética Médica e Direito de Saúde. E nesse ano o evento que é promovido pela direção mundial da Rede Internacional da Cátedra UNESCO de Bioética e pelo Centro Internacional de Saúde, Direito e Ética da Universidade de Haifa, Israel, acontecerá em Nápoles, Itália.

Como representante da Cátedra UNESCO de Bioética para o Brasil, o Prof. Dr. José Thomé participará da Conferência e convida os profissionais brasileiros da área de Saúde e Saúde Mental, a se inscreverem no encontro. “Tenho participado em muitas das últimas Conferências e fico impressionado com a relevância e a atualidade dos temas que são abordados nesse evento”, afirma. “Eu acredito que a Conferência Mundial da Cátedra UNESCO de Bioética está entre os dois o três grandes encontros anuais indispensáveis, e não apenas para profissionais de Saúde e para os estudantes que tiverem a chance de participar, mas também para gestores de instituições privadas e públicas, interessados em, realmente, debater ideias contemporâneas e encontrar novos caminhos à seguir, em diversas áreas.”, concluiu.

Há informações básicas sobre a Conferência no portal do evento, e o programa resumido já está disponível para download.

Na 11ª edição, a organização do encontro contará também com a colaboração do Comitê de Ética da Universidade Federico II de Nápoles, e do Centro para Bioética e Qualidade de Vida Europeu – Unidade Italiana da Cátedra UNESCO de Bioética.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Opinião: drogas e políticas públicas

Crack: uma realidade dolorosa

A sociedade padece e agoniza diante da situação dos usuários de crack e das “cracolândias”. Em todos os confins do território brasileiro existem usuários desta droga. Embora o cidadão pobre, sem oportunidades e que fica à mercê da sociedade continue sendo o mais acometido, pessoas das classes sociais mais abastadas também passaram a configurar como usuários desta substância. Conseqüentemente, o caos, numa realidade já caótica, vem se agravando. Eis que surge um questionamento: como reagir frente a esta realidade?

Os programas governamentais sucumbem na necessidade de combater o crack. Tais programas e projetos devem extrapolar a dimensão da saúde, visto que, sem instrumentos sociais, educacionais e culturais nenhum resultado será alcançado. Por mais que o componente de saúde pública seja primordial, é obtuso e equivocado achar que a problemática do crack e que todas as suas conseqüências serão combatidas, apenas, com discussões pautadas em leitos psiquiátricos ou clínicas de tratamento.O dependente de crack e suas famílias necessitarão, além de espaços de tratamentos dignos e adequados, de uma revolução social.

Este é o grande engodo da problemática que poderia ser questionada de forma reducionista da seguinte forma: o Estado Brasileiro está preparado e se mostra capaz para esta revolução?

Confesso que é difícil responder se em algum momento ele esteve ou se ele está ou se ele estará pronto para revolucionar desta forma conforme analisado acima. O dependente de crack é o mesmo fora e dentro do espaço de tratamento seja ele comunitário, hospitalar ou misto. Portanto, a vida dele, em sua quase totalidade, acontecerá nas ruas, nas relações familiares e sociais, no trabalho e no cotidiano. Eis o porquê da necessidade de se pensar além dos espaços de tratamento sejam eles públicos ou privados. A propósito estes últimos crescem gradativamente evidenciando a falência do modelo público de tratamento e a lucratividade neste terreno fértil e não semeado pelo Estado.

Após as propostas de Reforma da Assistência à Saúde Mental, ocorridas nas décadas de 1980 e 1990 e confirmadas nas décadas seguintes, ocorreu uma redução maciça dos leitos hospitalares psiquiátricos. Paralelamente, havia a proposta de criar uma rede comunitária substitutiva capaz de assumir, em todos os aspectos terapêuticos, o paciente psiquiátrico. Nesta transição reformadora, alguns pontos críticos merecem destaques:

1. O descompasso na velocidade de redução dos leitos hospitalares e de criação dos serviços substitutivos comunitários;

2. A falta de análise longitudinal do principal substitutivo da Reforma “Psiquiátrica” Brasileira (CAPS – Centro de Atenção Psicossocial) no que concerne aos seus indicadores de impacto (eficiência, eficácia, efetividade, etc);

3. O investimento deficitário para o setor hospitalar gerando uma falta de assistência àqueles que necessitam deste modelo de tratamento;

4. O número limitado de unidades psiquiátricas em hospital geral capazes de fornecer um tratamento psiquiátrico mais integral e integrado com as outras áreas médicas;

5. O financiamento precário para saúde mental associado a um direcionamento majoritário de recursos aos Centros de Atenção Psicossociais.

Há uma necessidade de avaliação crítica sobre estes pontos e isto de forma alguma é significado de que ocorrerá uma defesa a modelos asilares ou manicomiais. Pelo contrário, os asilos não necessariamente precisam de muros hospitalares, visto que, eles também estão ligados a forma ideológica do pensar e nascem com o abandono. Desse modo, um consultório pode ser manicomial, um CAPS pode ser manicomial, uma unidade de internação pode ser manicomial e embora os manicômios tenham sido combatidos no período pós-reformador, atualmente, temos manicômios maiores do que os de outrora, por exemplo: os presídios brasileiros.

Se o gargalo já era estreito para ter um tratamento psiquiátrico digno antes do aumento da preocupação social com o crack e com as “cracolândias”, imaginem agora. Por isto, eu volto a ressaltar: o que era o caos ficou mais caótico e neste terremoto sanitário e social surgirão aproveitadores e falsos líderes capazes de lucrar com tudo isto sejam com ganhos primários ou secundários. Na verdade, isto já é um filme repetido basta lembrar as guerras, as situações de conflitos e a seca nordestina.

Em todo processo saúde-doença, independente da patologia, é necessário compreender, aprofundar o entendimento e investir em atividades preventivas. Estas propostas mostram-se eficazes e, ao final, menos onerosas, portanto mais eficientes. Em relação ao crack, discute-se sobre “tratar” e “internar” como se a simples colocação do indivíduo no regime hospitalar, por mais que indicada sob o julgamento médico, resolvesse a problemática. A discussão técnica de muitas entidades representativas de classes e de categorias profissionais bate, recorrentemente, nesta tecla. Cansamos de escutar o questionamento – “onde vamos internar”? No entanto, não escutamos o seguinte questionar: como vamos fazer para combater esta ascensão de usuários de crack e de “cracolândias”? Enfim, numa linguagem mais coloquial, seria melhor e mais lógico “enxugar o gelo ou impedir que ele cresça”?

A voz daqueles que trabalham com saúde mental e que poderiam pressionar as instâncias governamentais é uma voz fraca e sem reverberação. No Brasil, a forma ideologicamente apaixonada que a Reforma da Assistência à Saúde Mental foi conduzida deixou um triste legado – a dicotomia entre as categorias profissionais. De um lado “os defensores da reforma” e de outro “os opositores da reforma”. Às vezes, esta análise é tão primitiva e tão apaixonada que você pode ser colocado em um lado por uma simples opinião que, em tese, não teve como objetivo defender nem lá, nem cá. Conclusão: a voz é fragmentada e, muitas vezes, até contraditória. O resultado é um meio de cultura apropriado para a construção de Políticas de Saúde Pública que não darão certo. E nós, protagonistas do processo, ficamos parecidos com “baratas tontas” trombando uns nos outros sem conseguir mudar absolutamente nada.

Talvez, tudo isto justifique esta importante problemática. Portanto, a questão não é somente a capacidade expansiva de consumo e de dependência que o crack tem. Ele se encaixou como dedo em luva nesta realidade caracterizada por uma:
• Atenção à saúde mental capenga;
• Usuários com situação social, educacional e cultural agonizante;
• Disputa entre categorias profissionais com ausência de voz conjunta e coletiva;
• Ausência de Políticas de Saúde Mental com medição de indicadores de impacto das suas propostas;
• Surgimento de aproveitadores e falsos líderes que, ao invés de inverter e resolver a demanda, acaba por perpetuá-la.

O crack é uma realidade nua e crua que está explícita aos olhos de todos. Não adiantará se esconder, pois, de um jeito ou de outro, ele baterá na nossa porta. Por fim, é preferível analisarmos estes pontos de estrangulamentos a fim de construirmos exércitos e propostas de vitória, pois esta postura é mais digna e enriquecedora do que escrever e valorizar derrotas. As categorias profissionais da saúde mental e a sociedade civil precisarão ajustar o discurso para que, de maneira mais efetiva e menos dicotomizada e messiânica, melhores resultados sejam alcançados.







Autor: Dr. Régis Eric Maia Barros
(Psiquiatra, Mestre e Doutor em Saúde Mental pela FMRP – USP)
Escreva para o autor AQUI.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Curso 5762 - Sedes-SP


Estão abertas as inscrições para o curso de aperfeiçoamento “FAMÍLIA: Funcionamento, Presença e Compromisso”, do Instituto Sedes Sapientiae, de São Paulo.

O programa foi desenvolvido para profissionais que buscam maior conhecimento dos funcionamentos familiares e grupais, em diferentes contextos, para melhor atuação em suas áreas de trabalho. E o curso tem por objetivo fornecer elementos que possibilitem a ampliação de ações dos profissionais atentos à complexidade das relações humanas com a finalidade de favorecer a compreensão e construção de ações junto às famílias e grupos sociais, em especial aqueles que estão em situação de extremo sofrimento.

No conteúdo programático estão listados os seguintes campos de estudo:
- Construção de mundo: novos paradigmas;
- Pensamento Relacional - Sistêmico;
- Teoria da Comunicação;
- Formação das Relações Vinculares;
- Diferentes visões do funcionamento familiar;
- Ciclo Vital e Genograma - construção de novas possibilidades junto às famílias e aos indivíduos;
- Resiliência;
- Sistemas de rede de apoio: Rede Institucional e Rede Social;
- Atitude terapêutica no encontro com as famílias e grupos: acolher e escutar.

O curso é coordenado pela docente Regina Lúcia de Araujo Gribel, e o período de inscrições se encerra em 7 de fevereiro.

Mais informações: AQUI.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Curso de aperfeiçoamento em Psicodinâmica

ÚLTIMOS DIAS PARA INSCRIÇÕES!


Intervenções em Situações Limite Desorganizadoras
“O Disruptivo, as Crises e o Traumático: do Social ao Individual”

Pessoas submetidas a cotidianos em que há enfrentamento e convivência com eventos extremos, tais como catástrofes naturais e desastres provocados pela ação humana, podem vivenciar a percepção de se estar no limite da desorganização psíquica. E nessas circunstâncias, tanto os indivíduos e/ou comunidades assolados diretamente pelo evento, quanto as pessoas indiretamente afetadas e os grupos de profissionais que devem atuar durante e após tal fato extraordinário, enfrentam um tipo de estresse emocional, que poderá evoluir para quadros de desajuste social, psíquico e adoecimento.

A incerteza é fenômeno presente na realidade do século XXI. E desta forma, o dia a dia dos profissionais que atuam em Saúde Mental e em áreas de especialização em Relações Humanas, contempla cada vez mais a necessidade de suporte para pessoas cujos processos mentais correm o risco de entrar em desestabilização, demandando tratamentos ou intervenções diferenciadas daquelas já “estandardizadas”.

Baseado nos principais estudos científicos que reconhecem o impacto da realidade como potencial agente gerador de vivências psíquicas - traumatogênicas ou não - o Curso de Intervenções em Situações Limite Desorganizadoras oferece, entre outras, as ferramentas de abordagem específica para o disruptivo, tanto para os primeiros momentos da emergência quanto para a continuidade da assistência e/ou tratamento. Coordenado pelo Dr. José T. Thomé, o curso reúne como professores as especialistas: Emília Afrange, Erane Paladino, Ively Taralli e Regina L. de Araújo Gribel. E também recebe contribuição de diversos profissionais reconhecidos por sua atuação em múltiplas áreas de especialização, tais como: Álvaro Ancona de Faria, Ana M. F. Zampieri, Eloisa Q. Fagalli, João Figueiró, Michel Achatz, Nadege A Herdy e Ruy de Mathis.


Ministrado aos sábados, durante 64 horas / aula, nas dependências do Instituto Sedes Spientiae, em São Paulo, o Curso de Intervenções em Situações Limite Desorganizadoras é o único no Brasil a reunir credenciamento simultâneo da Secção de Psiquiatria dos Desastres da World Psychiatry Association (WPA), da Rede Ibero-americana de Eco-bioética / Cátedra UNESCO de Bioética, e do Doutorado Internacional de Investigação sobre o Disruptivo desenvolvido em Buenos Aires pela Rede Internacional de Ecobioética e Universidade Del Salvador.

Mais informações AQUI.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Número de fumantes cai 20% em seis anos no Brasil

Segundo levantamento da Unifesp, redução foi maior entre os adolescentes.
Na classe A, o índice aumentou.

A prevalência de fumantes no Brasil diminuiu 20% nos últimos seis anos, passando de 19,3% em 2006 para 15,6% em 2012. A queda foi maior entre os adolescentes do que entre adultos e mais acentuada em homens em comparação com mulheres. Apesar disso, o padrão de consumo do tabaco no país piorou – os fumantes estão consumindo mais cigarros por dia e considerando cada vez mais difícil passar um dia sem fumar.

Esses dados fazem parte do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), feito por pesquisadores da Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas (Uniad) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O estudo entrevistou no ano passado 4.607 pessoas com mais de 14 anos de 149 municípios brasileiros.

Queda — Segundo os resultados, o tabagismo entre adolescentes de 14 a 18 anos passou de 6,2% em 2006 para 3,4% em 2012, uma redução de 45%. Já entre maiores de 18 anos, essa taxa diminuiu de 20,8% para 16,9% no mesmo período, uma queda de 19%.

Embora a prevalência de fumantes seja maior entre adultos do sexo masculino do que do feminino (21%, ante 13% em 2012), a queda nos últimos seis anos foi mais acentuada entre homens do que mulheres (22% e 13%, respectivamente). Esse dado indica a possibilidade de, no futuro, a taxa de fumantes ser semelhante entre ambos os sexos.

A redução do tabagismo entre adultos ocorreu em todas as regiões brasileiras. O Sul apresentou a maior diminuição, de 23%, mas continua sendo a região com a maior prevalência de fumantes do país (20,2%), à frente do Sudeste (17,7%), Centro-Oeste (17%), Norte (14,4%) e Nordeste (14,2%).

O fumo diminuiu entre pessoas de todas as classes sociais, com exceção da classe A, que dobrou a prevalência de tabagismo (de 5,2% em 2006 para 10,9% em 2012). Uma das possíveis explicações para esse dado pode estar no fato de alguns fumantes deixarem o cigarro por ele pesar no bolso: 6,4% das pessoas alegaram parar de fumar para economizar dinheiro. Outras 79,8% justificaram preocupação com a saúde.

"A diminuição do tabagismo é um tendência mundial, mas o Brasil precisa continuar se mobilizando para combater o problema. Hoje, ao lado do álcool e da pressão alta, o cigarro é um dos principais causadores de doenças no mundo", diz Ana Cecília Marques, psiquiatra da Uniaid. "Até o fim da década de 1980, ninguém achava que o cigarro causava dependência e oferecia danos à saúde. A sociedade está reagindo ao tabagismo apenas agora."

Características do vício — De acordo com o estudo, metade dos brasileiros já experimentou cigarro – em média, isso acontece aos 16 anos de idade. Entre aqueles que já fumaram alguma vez, metade se tornou um fumante frequente, sendo que 21% abandonaram o cigarro.

As características de consumo de cigarros pioraram de 2006 para 2012. Nesse período, os fumantes passaram de 12,9 para 14,1 o número de cigarros que fumam em um dia. Além disso, a taxa de fumantes que consomem o primeiro cigarro até 5 minutos depois de acordar aumentou de 18% para 25%, e dos que acham difícil ou muito difícil passar um dia sem fumar aumentou de 59% para 67,8%. Esses três fatores são considerados como indicares de dependência.

Longe do cigarro — Segundo a pesquisa, 90% dos fumantes entrevistados gostariam de abandonar o cigarro, mas apenas 17% estão fazendo planos para que isso aconteça. Mais da metade (63%) disse já ter tentado parar de fumar sem sucesso, embora menos de 10% tenham feito algum tratamento com esse objetivo. A maioria buscou ajuda de algum membro da família ou de amigos.

"A política de tratamento contra o tabagismo no Brasil sem dúvida está ultrapassada. Ela não pode mais se basear apenas no número de cigarros que uma pessoa fuma por dia, mas sim ser uma abordagem cada vez mais individualizada", diz Ana Cecília. Segundo ela, o tratamento contra a dependência em cigarro pode incluir psicoterapia, uso de medicamentos que evitam uma recaída, reposição de nicotina com adesivos ou chicletes e até antidepressivos em casos mais graves.

Informação divulgada através do portal da revista Veja.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Estímulo magnético pode ajudar fumantes a largar vício, sugere estudo

Usar campos magnéticos para alterar a atividade cerebral pode ajudar alguns fumantes a abandonar o hábito, aponta um estudo preliminar recém-divulgado.

Os pesquisadores dizem ter usado estimulação magnética transcraniana (TMS, na sigla em inglês) para "desfazer" o vício em nicotina do cérebro do paciente.

As descobertas preliminares, apresentadas na conferência Neuroscience 2013, nos EUA, sugerem que a técnica pode ajudar fumantes a reduzir o consumo de cigarro ou mesmo abandoná-lo. Mas novos testes são necessários antes que a técnica seja indicada para uso clínico.

Estímulo

A TMS estimula neurônios a alterar funções cerebrais e já é utilizada no tratamento de alguns pacientes que sofrem de depressão. A equipe da Universidade Ben Gurion, em Israel, usou os campos magnéticos em duas áreas do cérebro associadas ao vício em nicotina: o córtex pré-frontal e a ínsula.

Os 115 fumantes que participaram do estudo foram divididos em três grupossubmetidos a TMS de alta frequência, a de baixa frequência ou a nenhum tratamento — durante 13 dias. Após seis meses de estudo, o grupo que teve TMS de alta frequência consumiu menos cigarro e apresentou índices maiores de abandono do fumo.

As melhores taxas de sucesso no tratamento ocorreram quando os participantes viram fotos de cigarros acesos durante a terapia magnética. Desses, um terço largou o cigarro após seis meses.

Resposta do cérebro

Os pesquisadores argumentam que a terapia pode alterar a resposta natural do cérebro a imagens, sensações e objetos associados ao fumo. "A pesquisa mostra que podemos conseguir desfazer algumas das mudanças que o fumo crônico causa no cérebro", explica Abraham Zangen, da Universidade Ben Gurion.

"Sabemos que muitos fumantes querem largar o cigarro ou fumar menos, e a técnica pode ajudar a conter a causa número um de doenças evitáveis."

O médico Chris Chambers, especialista em TMS na Universidade de Cardiff (Grã-Bretanha), acha que o estudo contribui por "somar-se a crescentes evidências de que o estímulo cerebral, quando aplicado a partes específicas do lóbulo frontal, pode aumentar nossa capacidade de superar vícios".

"(O estudo) é animador e tem uma gama de aplicações na psiquiatria", agrega.

No entanto, ele ressalta que a pesquisa ainda não foi revisada por grupos médicos e que ainda é preciso "desenvolver um entendimento maior sobre o porquê e como esses métodos funcionam".

Um outro estudo, divulgado na mesma conferência, sugere que o estímulo cerebral por meio de eletrodos pode ajudar também no combate ao vício de heroína. O estudo foi feito com camundongos, que ingeriram a droga descontroladamente até se viciarem. Os animais que foram submetidos a estimulação cerebral profunda reduziram o consumo do entorpecente.

Barry Everitt, professor da Universidade de Cambridge, disse que os estudos podem trazer benefícios: "Intervenções sem o uso de medicamentos seriam um grande passo adiante no tratamento antidrogas, que atualmente depende de substituir uma droga pela outra e tem altas taxas de reincidência".

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Nelson Mandela - The History Channel

Documentário sobre a vida de Nelson Mandela (1918 - 2013), produzido e exibido pelo The History Channel (em castelhano).